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Diversas

Substituição do petróleo deve levar mais de 50 anos, diz Jean Paul Prates
Presidente da Petrobras afirma que transição energética deve ser longa e gradual, sem rupturas
Publicado em 19/03/2024 às 09h08
Foto Notícia
A transição energética não é uma ruptura e vai demorar mais de 50 anos para substituir os combustíveis fósseis, disse o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, nesta segunda-feira (18/3) em entrevista ao estúdio epbr durante a CERAWeek 2024, da S&P Global, no Texas (veja a íntegra acima).

“Por mais que haja cenários um pouco mais visionários, mais otimistas em relação a limpar a matriz mundial, como alguns que a Agência Internacional de Energia apresenta, a maior parte dos mais realistas sabe perfeitamente que em 40 anos você ainda vai estar usando petróleo, big time. Em 50 anos, provavelmente, petroquímica e outras coisas ainda vão estar também dependendo de petróleo e gás”, disse o executivo. 

“Agora, claro, primeiro você tem que ter o primeiro consenso, que é transição energética não é o bug do milênio, não é uma coisa que vai dar e passar, é um negócio que a gente vai ter que incorporar nas próximas três, quatro décadas, porque é uma transição longa e é uma transição gradual.”

O executivo repercutiu a fala do presidente da Saudi Aramco, Amin Nasser, que afirmou durante o evento que o mundo deve “abandonar a fantasia” de substituir os combustíveis fósseis. Segundo ele, os governos devem garantir políticas públicas que atraiam investimentos para projetos de óleo e gás em todo mundo, pois a demanda por petróleo vai continuar subindo e chegar a 104 milhões de barris por dia em 2024.

A declaração do saudita aconteceu apenas três meses depois de o documento final da 28° Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP28) convocar os países a uma “transição para longe dos combustíveis fósseis nos sistemas de energia, de maneira justa, ordenada e equitativa, acelerando ações nesta década crucial, a fim de atingir emissões líquidas zero até 2050, em conformidade com a ciência”

“É claro que Saudi Aramco é uma empresa totalmente estatal, de um Estado que vive de petróleo e sempre viveu, e é basicamente quem domina o mercado de petróleo em si, com as suas movimentações, é capaz de causar efeitos muito importantes no preço e tudo isso.Mas ele tem razão nesse sentido, nós concordamos em relação a isso. Esses incentivos, no entanto, não precisam ser incentivos ao carbono, eles devem ser incentivos à descarbonização.” 

“Então, a mágica, de novo, é como você administra expectativas e realidades, e as realidades vão entrando ao mesmo tempo que partes dessa matriz vão sendo descarbonizadas. Então, esses incentivos não são incentivos à indústria do petróleo, são incentivos a descarbonizar o que é necessário produzir de petróleo e gás, e isso será sim um ponto importante a discutir.”

Transição justa ou dolorosa

Prates disse que a Petrobras busca a descarbonização das operações com responsabilidade e investindo no que tem experiência e conhecimento, como eólica offshore e captura, uso e armazenamento de carbono (CCUS).

“Transição não é ruptura, transição para nós é transformação, nós precisamos metamorfosear em outras coisas, em outras empresas, isso é um grande desafio para empresas grandes como as nossas”, disse o executivo.

“Se a transição energética servir a propósitos, seja de moda, de hypes, ou seja de disputa por rotas tecnológicas ou protecionismos para determinados tipos ou de tecnologia, ou de metodologia, ou geopolítica da ineficiência ou da promoção da pobreza energética, fazendo com que ela se distancie do objetivo de ser uma transição energética justa, nós vamos ter uma crise de fato, talvez a última vingança do fim da era do petróleo, quer dizer, a última grande crise do petróleo, mas ela será muito dolorosa para a humanidade.”
Fonte: Agência epbr
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