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Diversas

Agroconsult eleva projeção para a safra de soja
A melhora, segundo a empresa, reflete a mudança na metodologia de dimensionamento de área plantada e as boas condições climáticas na fase final de desenvolvimento das lavouras
Publicado em 28/03/2024 às 07h30
Foto Notícia
A consultoria Agroconsult revisou positivamente as suas estimativas para a produção de soja do Brasil na safra 2023/24: de 152,2 milhões de toneladas apontadas em fevereiro para 156,5 milhões de toneladas este mês.

A melhora, segundo a empresa, reflete a mudança na metodologia de dimensionamento de área plantada e as boas condições climáticas na fase final de desenvolvimento das lavouras, a partir do primeiro trimestre deste ano, o que beneficiou as áreas de plantio mais tardio do país.

De todos os estados, apenas o Rio Grande do Sul deve ter aumento de produtividade nesta temporada, segundo o levantamento feito pela Agroconsult com base na expedição Rally da Safra. Ao todo, foram visitadas 1,4 mil lavouras de 15 estados brasileiros.

A previsão da Agroconsult é de que o Rio Grande do Sul colha 57,2 sacas por hectare, uma recuperação de 55,2% em relação às safras anteriores, prejudicadas pelo tempo quente e seco. O clima derrubou esse índice para 36,9 sacas por hectare em 2022/23 e para 27 sacas por hectare um ano antes.

“O Rio Grande do Sul é uma surpresa positiva. Vínhamos trabalhando com números mais baixos, de 55 sacas, mas rodamos o Estado agora e ficou claramente essa impressão de que existe uma condição melhor”, observa o coordenador do Rally da Safra, André Debastiani.

As visitas in loco também revelaram melhores condições nos estados do Maranhão, Piauí e Bahia – que compõem a região do Matopiba. “Quando começou o ano ainda se configurou um janeiro bastante seco, mas houve um momento que o clima começou a se regularizar com um comportamento muito mais favorável”, pontua Debastiani.

Com lavouras implantadas mais tardiamente, a Bahia deve registrar a maior produtividade do país, de 63,8 sacas por hectare, mas ainda assim uma queda de 4,8% em relação ao ciclo anterior. O mesmo ocorre com Minas Gerais, Estado onde a Agroconsult estima a segunda melhor produtividade do país, de 63,4 sacas por hectare – queda de 2,9% na mesma comparação.

Para o Mato Grosso, principal Estado produtor do país, a previsão é de uma quebra de 16,8% na produtividade este ano, estimada em 53,1 acas por hectare na média. O número, contudo, ficou acima das 52,5 sacas estimadas em fevereiro.

Segundo Debastiani, as lavouras plantadas em setembro e outubro foram as mais afetadas pela seca, com produtividades próximas de dez sacas por hectare em alguns casos.

A consultoria estima que cerca de 100 mil hectares de soja tenham deixados de ser colhidos no Estado por produtores que preferiram garantir o calendário da cultura seguinte – sobretudo algodão e milho.

“Essa conta foi muito decidida de forma econômica, quando o potencial de produtividade foi muito prejudicado. O produtor fez a conta de quantas arrobas a mais de algodão ele conseguiria produzir se puxasse o plantio de janeiro pra dezembro, quando, em geral, há um calendário mais favorável de chuvas”, detalha o presidente da Agroconsult, André Pessôa.

Metodologia

A melhora nas previsões para a safra 2023/24 também refletiram a mudança na metodologia de estimativa de área da Agroconsult, que passou a usar mapeamento de satélite e inteligência artificial para identificar onde há lavoura implantada no país.

Até fevereiro deste ano, a tecnologia era aplicada apenas para alguns Estados, sendo os demais baseados nos dados oficiais da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Pelo novo cálculo, a consultoria estima uma área total de soja no Brasil em 2023/24 de 46,4 milhões de hectares, 1,2 milhão a mais do que o projetado pela Conab e 753 mil hectares acima do apontado pela própria Agroconsult em fevereiro deste ano.

“É importante frisar esse número porque ele acaba gerando uma diferença muito grande nas nossas estimativas. Quando a gente junta todas essas revisões de produtividade com essa nova área, sem dúvida alguma a gente vê um impacto muito grande em termos de produção”, observa Debastiani.
 
Por Cleyton Vilarino --- São Paulo
Fonte: Globo Rural
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