União Nacional da Bioenergia

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Consumo de energia elétrica tem primeira alta em três anos
Publicado em 09/02/2018 às 08h36
O consumo de energia elétrica na rede no Brasil atingiu quase 40 mil GWh em dezembro do ano passado, um crescimento de 1,7% em relação ao mesmo mês de 2016, de acordo com recente levantamento da Empresa de Pesquisa Energética (EPE). No ano, o consumo total ficou em 463.948 GWh, representando uma variação de 0,8% em relação a 2016, primeiro resultado positivo dos últimos três anos, mas ainda inferior ao consumo registrado em 2015 (464.084 GWh).

Em 2017, a principal classe de consumo de energia elétrica continua sendo a industrial, com um total de 165.883 GWh, respondendo por 36% do consumo no país. A classe residencial, com 133.904 GWh, ocupou a segunda posição, representando 29% do consumo de energia elétrica em 2017, conforme se observa na Figura 1.

De acordo com a EPE (2018), o consumo industrial de eletricidade fechou o ano de 2017 com alta de 1,3% frente a 2016, após duas quedas consecutivas nos anos anteriores (-2,5% em 2016 e -6,2% em 2015). Na classe residencial, o consumo de energia elétrica em 2017 teve crescimento de apenas 0,8% em relação a 2016. Segundo a EPE, em linha com a tendência da economia no país, o consumo residencial de energia elétrica apresentou melhor resultado no segundo semestre, 1,4% contra 0,6% no primeiro. Mesmo crescendo abaixo do histórico, resultado da fraca atividade do mercado imobiliário, a base de consumidores avançou 2,4%, alcançando 70,9 milhões de unidades consumidoras, e compensando, assim, a retração para 157 kWh/mês (-1,5%) do consumo médio de energia elétrica por residência no país em 2017.

Figura 1 - Distribuição do consumo de energia elétrica, Brasil, por classe de consumo, 2017 (%)


O crescimento de 0,8% no consumo de energia elétrica esteve aderente com o próprio crescimento estimado para o PIB do país entre 2016 e 2017. Embora o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) deva divulgar o dado oficial do PIB de 2017 apenas em março deste ano, a estimativa do Boletim Focus do Banco Central é que tenha havido um crescimento de 1% para o PIB do país entre 2016 e 2017.

Considerando que, de acordo com o último Boletim Focus, as previsões de crescimento do PIB para 2018 e 2019 são, respectivamente, 2,7% e 3%, espera-se também o retorno de um crescimento maior para o consumo de energia elétrica no país para os próximos anos, o que exigirá a expansão da capacidade instalada e a diversificação na contratação de diversas fontes de geração para uma matriz elétrica cada vez mais complexa. Ao lado da eólica e da solar, uma das fontes que mais pode contribuir neste desafio é também a bioeletricidade.

Em termos de evolução anual de capacidade instalada, a fonte biomassa teve seu recorde no ano de 2010, com 1.750 MW (equivalente a 12,5% de uma Usina Itaipu), resultado de decisões de investimentos antes de 2008, quando o cenário era estimulante à expansão do setor sucroenergético. A fonte biomassa, que já chegou a representar 32% do crescimento anual da capacidade instalada no país, participou com 7% da expansão da capacidade instalada no Brasil em 2017, índice que poderá cair para apenas 1% em 2018.

Em 2017, a estimativa é que a produção de bioeletricidade para a rede elétrica tenha atingido quase 26 mil GWh, ou seja, foi equivalente a 5,6% do total de consumo de energia elétrica no país, mas o efetivo aproveitamento desta fonte ainda é inferior a 20% do potencial técnico da bioeletricidade, calculado pela própria EPE.

Com um potencial subaproveitado e com a retomada do crescimento econômico e do respectivo consumo de energia elétrica no país, a expectativa é que a bioeletricidade, uma energia renovável e sustentável, possa contribuir mais firmemente na expansão do sistema elétrico nacional e na garantia ao atendimento de uma demanda crescente por energia elétrica.

Para 2018, já temos agendado o leilão regulado A-4, previsto para ocorrer em 4 de abril e que contratará projetos de energia nova para início se suprimento em 2022. Com 1.422 MW de bioeletricidade cadastrados para o certame (28 projetos), espera-se que o chamado modelo de decisão de investimentos (MDI) adotado pelos responsáveis pelo certame continue a ser aprimorado e, ao repartir a demanda total a ser contratada, possa reconhecer atributos positivos não só econômicos, mas de sustentabilidade, complementaridade às hidrelétricas e geo-elétricos que a bioeletricidade apresenta, contribuindo para uma retomada mais significativa da evolução da capacidade instalada pela biomassa na matriz elétrica brasileira.
Zilmar José de Souza
Gerente de Bioeletricidade da União da Indústria de Cana-de-Açúcar - Unica
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