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Califórnia deve contar com 100% de eletricidade limpa até 2045
Publicado em 12/09/2018 às 11h23
Até 31 de dezembro de 2045, toda a energia elétrica para a Califórnia (EUA) virá de fontes de energia renováveis ou zero-carbono, segundo lei sancionada no último dia 10.09.2018 pelo governador californiano Jerry Brown.

A lei foi aprovada pelo legislativo estadual em agosto deste ano e estabelece também que as empresas de energia elétrica do Estado obtenham 60% de sua energia a partir de fontes renováveis até o final de 2030, um aumento frente a uma meta anterior de 50% para aquela data. A lei permitirá que os 40% restantes sejam preenchidos com recursos "zero-carbono" até 2045, como geração a partir de usinas nucleares.

Para atingir a meta de 100%, a Califórnia deve explorar ainda mais os benefícios de uma regionalização no setor elétrico, provendo um planejamento da transmissão de energia envolvendo vários estados ocidentais dos EUA até ao Sudoeste do Canadá, permitindo que excessos de geração de energia renovável de uma região possam ser consumidos em outra área.

Enquanto a Califórnia aprova uma lei para descarbonizar o setor elétrico, o Brasil já possui uma matriz elétrica com alto grau de descarbonização. Em agosto deste ano, dados preliminares da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) mostram que 83% do consumo de energia elétrica no Sistema Interligado brasileiro foram atendidos por fontes renováveis de geração, incluindo as grandes hidrelétricas (responsáveis sozinhas por 60% do consumo de energia elétrica).

Quando se exclui a geração das grandes hidrelétricas, a fonte biomassa, as eólicas e as Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) foram responsáveis por 23%, mostrando a importância da geração renovável para o Sistema Interligado brasileiro. Em agosto de 2018, a fonte eólica gerou para a rede 7.228 MW médios, a biomassa 4.530 MW médios e as PCHs 1.871 MW médios, equivalentes a 12%, 8% e 3% do consumo total no Sistema Interligado no mês passado.

Apesar deste perfil na geração no Brasil, deve-se chamar a atenção para o potencial subaproveitado da bioeletricidade no setor sucroenergético. Ano passado, a oferta de bioeletricidade sucroenergética para a rede foi de 21 TWh para a rede, aproveitando apenas 15% do potencial técnico de geração para a rede pelo setor sucroenergético.

Considerando a safra sucroenergética 2017/18, o potencial técnico de geração para a rede seria de 145 TWh, algo como quase quatro usinas do porte de Belo Monte, expondo as grandes oportunidades que temos para aproveitar melhor o potencial dessa fonte renovável e sustentável, a partir de uma biomassa já existente nos canaviais.

A lei aprovada no Estado da Califórnia reforça que a matriz de energia elétrica mundial caminha cada vez mais para um perfil renovável e sustentável, com a adoção de políticas arrojadas de descarbonização.

No caso brasileiro, a futura retomada do crescimento econômico e do consumo de eletricidade exigirá manter ou aprofundar o perfil de geração em fontes renováveis e a bioeletricidade sucroenergética tem um grande potencial (atualmente subaproveitado) para contribuir com estes objetivos de sustentabilidade.
Zilmar José de Souza
Gerente de Bioeletricidade da União da Indústria de Cana-de-Açúcar - Unica
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