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Opinião

Dados sofríveis da demanda de bens industriais
Publicado em 26/06/2019 às 09h37
Em mais um sinal da escassez de investimentos, caiu 0,2%, entre março e abril, a demanda interna de bens industriais, que já havia diminuído 1,3% entre fevereiro e março, segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Os dados confirmam os indicadores do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apontando para as dificuldades vividas pela indústria no primeiro quadrimestre de 2019, com queda de 2,7% em relação a igual período do ano passado.

Foram ruins quase todos os números do Indicador Ipea Mensal de Consumo Aparente de Bens Industriais, seja nas medições mensais e trimestrais, seja nas anuais. O Indicador avalia a produção industrial líquida das exportações e acrescida das importações.

Entre abril de 2018 e abril de 2019, o consumo aparente cedeu 7,6%, com queda de 9,1% nos itens nacionais e 0,6% nos importados. Nos últimos 12 meses, até abril, comparativamente aos 12 meses anteriores, a queda do consumo aparente foi de 0,2%, determinada pela baixa de 1,4% dos itens nacionais e pela alta de 5% dos importados. Os números deste ano indicam tendência pior.

A exemplo do que havia sido registrado pelo IBGE, as maiores pressões negativas vieram da indústria extrativa mineral, com queda de 25,3% entre março e abril e de 11,5% no trimestre fevereiro/abril, comparativamente ao trimestre janeiro/março. Entre abril de 2018 e abril de 2019, esse item recuou 32,7%, evidenciando o custo da tragédia de Brumadinho para o setor secundário da economia.

Os indicadores da indústria de transformação foram um pouco melhores, com alta de 1,6% entre março e abril e de 1,2% em 12 meses.

Num total de 22 segmentos analisados, 18 apresentaram crescimento entre março e abril deste ano, com destaque para o avanço de 10,2% do consumo aparente de itens farmoquímicos e de 8,6% de alimentos. No plano negativo, o item que mais pesou foi o de petróleo e derivados.

Ainda são positivos, mas decrescentes, os indicadores relativos à demanda de bens de capital, com crescimento de 9,6% em 12 meses, mas de apenas 0,3% entre março e abril.

Depois de números tão ruins, é possível que o consumo de bens industriais apresente alguma reação no segundo semestre. Mas isso dependerá da continuidade dos resultados do segmento de duráveis, a começar de veículos.
Editorial
Fonte: Estadão
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