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Economia

Mercado de grãos entra em colapso em Chicago após números surpreendentes do USDA
Publicado em 13/08/2019 às 08h06
Foto Notícia
Os números do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) bagunçaram o mercado internacional de grãos nesta segunda-feira (12) com dados, principalmente do milho, completamente desalinhados com as expectativas dos traders.

Na Bolsa de Chicago, os futuros do cereal fecharam o dia com limite de baixa, perdendo 25 pontos - ou 6% - nos principais contratos, com o setembro sendo cotado a US$ 3,85 por bushel, enquanto dezembro ficou em US$ 3,92.

As baixas intensas respingaram na soja e o mercado também encerrou o pregão com perdas intensas. Os futuros da oleaginosa terminaram a segunda-feira recuando entre 12 e 12,50 pontos, nas posições mais negociadas, com o novembro sendo cotado a US$ 8,79 por bushel.

Acompanhando os mercados vizinhos, os preços da soja perderam em Chicago entre 24 e 27,75 pontos - mais de 5% -, com o setembro fechando o dia com US$ 4,71 e o dezembro, US$ 4,76 por bushel

Analistas nacionais e internacionais já acreditavam na hipótese de que o milho poderia ser, de fato, a surpresa deste novo boletim mensal de oferta e demanda de agosto, porém, no caminho inverso. Se esperava, afinal, uma considerável revisão para baixo nos números de produção, produtividade e área norte-americanos e o USDA trouxe, por outro lado, um aumento do rendimento e da safra 2019/20 de milho dos EUA.

"O USDA simplesmente chamou a atenção em seu tão esperado relatório de agosto", disse o diretor do grupo Labhoro, Ginaldo Sousa. "O USDA trouxe um número muito baixista para o milho e para a soja não, assim, se não fosse o milho, a soja não teria caído", completa.


Milho EUA - safra 2019/20

O boletim mensal trouxe um aumento na produção para 353,1 milhões de toneladas, contra 352,44 milhões do reporte de julho, e enquanto o mercado esperava uma redução expressiva para 335,12 milhões de toneladas na média das expectativas. O total, porém, ficou acima até mesmo do teto das projeções de 344,19 milhões.

A produtividade foi revisada para cima e ficou em 177,31 sacas por hectare, contra a expectativa média de 172,49 sacas. Há um mês, esse número veio em 173,64 scs/ha.

A área plantada veio em 36,42 milhões de acres e a colhida em 33,18 milhões. A média esperada pelos traders era de 35,61 milhões. Em relação a agosto, os números vieram mais baixos, uma vez em em julho eram 37,11 milhões de área colhida e 33,83 milhões de colhida.

Ao mesmo tempo, o USDA ainda trouxe um aumento dos estoques finais da safra nova de 51,06 para 55,4 milhões de toneladas, ao passo em que reduziu o uso do cereal para etanol para 139,07 milhões e as exportações para 52,07 milhões de toneladas.


Milho EUA - Safra 2018/19

Além dos números maiores para a safra nova, o USDA ainda aumentou também os estoques finais da safra velha de milho para 59,96 milhões de toneladas, contra 59,45 milhões de julho. E o uso do cereal para etanol caiu de 138,44 para 137,8 milhões de toneladas.


Milho mundo

A produção mundial da safra velha também subiu e foi de 1.122,69 bilhão de toneladas, na medida em que os estoques finais caíram de 328,75 para 328,58 milhões de toneladas. Já a safra 2019/20 foi revisada para 1.108,24 bilhão, contra 1.105,14 bilhão de julho. Os estoques finais, assim, passaram de 298,92 para 307,72 milhões de toneladas.


Soja EUA safra 2019/20

Ainda segundo o diretor da Labhoro, "o relatório veio neutro para a soja", dados essas baixas nos números estarem alinhadas com o que esperava o mercado. No entanto, não só a intensa pressão exercida pelo milho, mas também a falta de demanda pela oleaginosa norte-amricana com a guerra comercial China x EUA ainda em andamento também mantém as cotações pressionandas.

"Essa queda de 12 cents na soja foi uma contaminação do milho, porque os dados não teriam provocado uma baixa como essa", diz Sousa.

A produção norte-americana caiu de 104,64 para 100,15 milhões de toneladas, enquanto a produtividade foi mantida em 54,35 por hectare. A média da safra esperada pelo mercado era de 103,42 milhões de toneladas.

As áreas plantada e colhida foram também reduzidas e ficaram em, respectivamente, 31,04 e 30,72 milhões de hectares. Há um mês, o boletim mostrava 32,38 e 32,09 milhões.

Com a baixa da safra, os estoques finais norte-americanos recuaram de 21,64 para 20,55 milhões de toneladas. Por outro lado, reduziu sua estimativa para as exportações da safra nova de 51,03 para 48,31 milhões de toneladas, também em função do conflito comercial.


Soja EUA safra 2018/19

Também pressionando as cotações da soja veio o aumento dos estoques finais da safra velha de 28,58 para 29,12 milhões de toneladas. E o USDA ainda trouxe uma baixa de 56,74 para 56,2 milhões de toneladas no esmagamento 2018/19 dos EUA.


Soja mundo

A safra nova mundial de soja também foi revisada para baixo e ficou em 341,83 milhões de toneladas, contra 347,04 milhões de julho. Assim, os estoques finais globais da safra nova passaram de 104,53 para 101,74 milhões de toneladas.

Já da safra nova, os números foram corrigidos para cima e ficaram em, respectivamente, 362,85 milhões e 114,53 milhões de toneladas.

Outro destaque no cenário mundial foi a estimativa para as exportações brasileiras de soja da safra nova que passaram de 76 para 76,5 milhões de toneladas.
12/08/19
Carla Mendes
Fonte: Notícias Agrícolas
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