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Combustíveis Fósseis

Greve dos petroleiros causa incertezas sobre produção
Publicado em 17/02/2020 às 09h49
A greve dos petroleiros entrou em sua terceira semana seguida com efetivos reduzidos em 56 plataformas e 12 refinarias, segundo a Federação Única dos Petroleiros (FUP). A Petrobras nega impactos na produção, mas há dúvidas sobre o quanto a estatal conseguirá suportar as operações com o seu quadro desfalcado. A expectativa é que a empresa tenha cada vez mais dificuldades - e custos - para manter as soluções paliativas de contingência nos seus ativos, caso a paralisação se alongue.

A FUP estima que a greve conta com mais de 20 mil adesões - o equivalente a quase um terço do efetivo próprio da estatal, incluindo subsidiárias e controladas. O número, porém, não reflete necessariamente a quantidade de funcionários parados. Na conta, estão inclusos, por exemplo, os trabalhadores que rendem os companheiros nas plataformas, segundo relatos dos próprios sindicalistas.

A principal estratégia dos petroleiros tem sido fazer cortes de rendição: os funcionários que desembarcam das plataformas após 14 dias, por exemplo, não são rendidos pelo turno da vez. Nessas unidades esvaziadas, quem assume a operação é uma equipe de contingência montada pela estatal, junto com eventuais trabalhadores que não tenham aderido à paralisação. Segundo o Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense, 28 plataformas da Bacia de Campos estão nessa situação, com a produção entregue a esses grupos de contingência.

Nas refinarias, as unidades operam com turmas reduzidas e turnos mais alongados. O secretário de assuntos jurídicos e institucionais da FUP, Deyvid Bacelar, conta que, normalmente, essas unidades operam com cinco turmas que vão se alternando de forma que, a todo momento, três delas estejam trabalhando (em regimes de oito horas) e duas folgando. Com a greve, segundo o sindicalista, as refinarias têm operado com, no máximo, duas turmas e jornadas que, em alguns casos, chegam a 12 horas.

Segundo a FUP, trabalhadores de 12 refinarias aderiram ao movimento, nos seguintes Estados: Amazona, Ceará, Pernambuco, Bahia, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul.

A Petrobras informa que mantém a operação de todas as suas unidades. Segundo duas fontes da área de distribuição de combustíveis, as empresas não têm relatado dificuldades para comprar derivados da Petrobras. Uma das fontes, sob a condição de anonimato, relativiza os riscos de desabastecimento, em função de uma greve no país, porque os estoques das refinarias são muito altos e suportam um mês de greve "sem grandes sustos". Além disso, a presença forte de importadores (seja a Petrobras ou agentes privados) reduz as chances de desabastecimento. A não ser que haja paralisações também nos portos e terminais.

O coordenador-geral do Sindipetro-NF, Tezeu Bezerra, explica que, para dar conta de manter suas operações, durante a greve, a Petrobras tem recorrido, basicamente, a aposentados (que, segundo o sindicalista, chegam a receber ofertas de R$ 3 mil/dia), empresas terceirizadas contratadas emergencialmente e funcionários próprios da estatal que operam em outras unidades e são remanejados.

Há dúvidas, contudo, sobre o quanto a estatal conseguirá suportar essa estratégia. O diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo (ANP), Décio Oddone, enviou ofício ao Tribunal Superior do Trabalho (TST) alertando para o fato de que a Petrobras, visando a uma solução temporária, alocou equipes de contingência para atuar nas unidades operacionais, mas que a situação "foge da normalidade, ao que, infelizmente, tal solução não se sustentará ao longo do tempo".

"As equipes vão ficando cansadas de trabalhar longas jornadas. Acredito que, na próxima semana, possa haver impactos na produção. A situação já ultrapassou a razoabilidade", afirma Bezerra.

Existem também custos para a manutenção dessas equipes de contingência e a estafa dos não grevistas, quando eles alongam seus turnos por muitos dias seguidos. A Petrobras não informa o quanto tem gasto com as contratações, nem o efetivo contratado. A empresa esclareceu, em nota, que segue com os processos de contratações emergenciais de pessoas e empresas prestadoras de serviços para o período de greve, conforme autorização da Justiça. A companhia afirma que já recebeu centenas de currículos, que estão sendo analisados.
Fonte: Valor Econômico
Texto extraído do clipping do SCA
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