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Energia

Engie está de olho no mercado livre para viabilizar novos projetos de geração
Publicado em 25/06/2020 às 10h12
A Engie Brasil Energia, maior geradora privada do setor elétrico brasileiro, está de olho no movimento de migração de consumidores especiais (que só podem migrar por meio da compra de fontes renováveis de energia) para o mercado livre, a fim de viabilizar novos projetos de geração do seu portfólio. "Isso cria oportunidade para o gerador renovável", afirmou o presidente da companhia, Eduardo Sattamini, em entrevista ao Broadcast.

Além de atender a demanda crescente dos consumidores especiais, outro modelo que pode vir a ser desenvolvido pela companhia é o de parcerias com grandes consumidores na construção de empreendimentos renováveis, seguindo uma tendência já realizada por outros geradores renováveis do mercado, como AES Tietê e Casa dos Ventos. "É um tema que já temos estudado e é um potencial modelo que possa ser implementando", apontou o presidente da Engie.

Ao comentar as perspectivas de expansão das fontes renováveis da matriz elétrica brasileira, Sattamini defendeu a extinção dos subsídios concedidos para estes empreendimentos nas tarifas de uso dos sistemas de transmissão e de distribuição. Para o executivo, isso gera distorções no mercado, principalmente elevando os custos da energia para os consumidores cativos atendidos pelas distribuidoras. "Faria sentido que o governo olhasse isso, para que essa distorção não continuasse", afirmou.

Mesmo no caso da autoprodução, o executivo vê que esse tipo de investimento tem crescido porque o consumidor tem buscado fugir do pagamento de alguns encargos setoriais e, dependendo da sua característica, também não arca com o ICMS. "Essa é uma oportunidade que existe para o consumidor comprar energia com o custo mais baixo. Quanto tempo isso vai durar? Ainda não sei", afirmou Sattamini.

Leilões de expansão

O interesse na expansão da geração via mercado livre ocorre em meio a um contexto de incertezas sobre a retomada dos leilões de geração, diante da forte retração do consumo de energia provocada pela pandemia do novo coronavírus. Na avaliação do executivo, a decisão do Ministério de Minas e Energia (MME) de cancelar as licitações de energia nova programadas para este ano foi acertada.

"Você só pode ter leilões se há visibilidade no crescimento da demanda. Na hora que você teve um decréscimo da demanda e não consegue visualizar quando terá necessidade do leilão, não faz sentido realizá-lo. A suspensão fez todo sentido. Se um dos principais problemas são as distribuidoras estarem sobrecontratadas, como vou estimular um leilão para aumentar isso?´, questionou.

Por outro lado, o presidente da Engie considerou acertada a decisão do governo federal em manter um leilão de transmissão para 2020, previsto para ser realizado em dezembro - o tema tem isso alvo de fortes críticas dos grandes consumidores de energia. Inclusive, o executivo acredita que os projetos de transmissão poderão ajudar na recuperação da economia brasileira após o fim da pandemia do Covid-19.

"O leilão de transmissão vai ampliar a infraestrutura de escoamento e otimizar os diversos energéticos recursos do País. Esses projetos são necessários, inclusive, para a retomada do crescimento no pós-Covid, tanto quanto as obras que estão em andamento. São obras de construção civil, que são intensivas em mão-de-obra, com alto poder de multiplicação na economia", argumentou Sattamini. Recentemente, a Engie entrou no setor de transmissão e vem buscando ampliar a sua participação neste segmento por meio de aquisição de ativos no mercado secundário e da conquista de ativos nos leilões.
Wellington Bahnemann
Fonte: Broadcast
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