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Diversas

Biocombustíveis ajudam empresas a neutralizar emissões de poluentes
Publicado em 19/10/2020 às 08h56
Cresce o número de empresas comprometidas em neutralizar emissões de poluentes, como os gases de efeito estufa (GEE). Trata-se de uma tendência mundial da iniciativa privada em reduzir impactos poluentes ao meio ambiente.

É um compromisso sério. Ao vir a público assumir a meta de neutralizar as emissões de poluentes, essas empresas entram em uma missão sem caminho de volta.

Até porque uma métrica desse compromisso é assumi-lo por meio de programas e metodologias de reconhecimento internacional.

Um desses programas é o GHG Protocol (Greenhouse Gas Protocol), dos mais empregados no mundo para a empresa produzir inventários de gases de efeito estufa.

Criado em 2008, o GHG oferece ferramentas para medir o quanto de poluentes a empresa gera em sua cadeia produtiva e como fazer para limpar isso.

Portanto, o compromisso precisa ser cumprido, até porque os resultados de empresas que entram em programas e metodologias são transparentes.

No Brasil, uma legião de empresas assumiu o comprometimento de neutralizar emissões de carbono -- um dos formadores de gases de efeito-estufa, que provoca o aquecimento global.

Mas como fazer para acabar com as emissões próprias desses gases poluentes?

Há várias alternativas eficazes e uma delas é o crédito de descarbonização, o CBIO, dos biocombustíveis.

Esse crédito equivale a uma tonelada de dióxido ou gás carbono (CO2) que deixa de ser lançada na atmosfera por meio de combustíveis fósseis (gasolina e óleo diesel).

Por sua vez, eles são comercializados desde meados de maio passado pela B3, a bolsa de valores de São Paulo.

Os créditos são adquiridos através de corretoras e os preços oscilam conforme a procura. Nesta semana, por exemplo, o Energia Que Fala Com Você apurou que valiam médios R$ 150 cada um.

Aí vem outra dúvida: esses CBIOs são seguros?

Sim! Eles são lançados por produtores de biocombustíveis (etanol e biodiesel, por exemplo) certificados no programa RenovaBio e gerido pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), do governo federal.

A emissão de um crédito desse depende da ´nota de eficiência´, espécie de rastreamento no ciclo produtivo do produtor certificado. É assim: quanto menos poluentes como óleo diesel for usado no ciclo produtivo do biocombustível, mais CBIOs a usina certificada poderá lançar.


"CBIO pode ser usado para neutralizar emissões"

Para tirar mais dúvidas sobre a compra de CBIOs para reduzir emissões próprias de causadores de gases de efeito-estufa, o portal Energia Que Fala Com Você ouviu Miguel Ivan de Lacerda, pesquisador da Embrapa e considerado ´pai´ do RenovaBio, que já conta com mais de 240 produtores certificados.


É possível comprar CBIOs para neutralizar as emissões?

"Sim, pode-se comprar e usar os créditos dos CBIOs para neutralizar as emissões."

Significa que uma empresa que tem emissão de 10 toneladas de CO2 pode quitar essa dívida com a aquisição de 10 CBIOs.


Mas como oficializar essa quitação?

"Só precisa aposentar este CBIO na B3".

Em resumo, essa ´aposentadoria´ significa retirar o CBIO de circulação. E isso é feito na bolsa, que é quem comercializa os créditos.

A seguir, confira as estratégias de duas das empresas comprometidas com a descarbonização.


"Zeramos a emissão de carbono", destaca banco digital

Os créditos de descarbonização dos biocombustíveis atestam a importância do etanol e do biodiesel em favor do meio ambiente, mas as empresas comprometidas em neutralizar emissões podem escolher outras opções.

O banco digital NuBank destaca ter zerado em setembro último sua emissão de carbono na atmosfera.


E como fez isso?

"Todo o dióxido de carbono (CO2) que emitimos a partir das nossas atividades foi compensado pelo incentivo a projetos que reduzem a emissão desse gás", relata a empresa (leia aqui).

Apesar do Nubank ser digital, praticamente todas suas atividades geram impacto ambiental. É o caso, por exemplo, da produção dos cartões e o envio para a casa dos clientes, os servidores responsáveis em manter o app no ar e a energia usada pelos colaboradores no trabalho. O impacto é causado, por exemplo, pelo emprego de combustíveis fósseis como gasolina e diesel.

O banco lembra que a neutralização das emissões pode ser feita com ações que retiram CO2 da atmosfera, como plantio de árvores -- que evitam a geração de mais CO2 -- e usar fontes renováveis de energia para impedir o desmatamento.

No caso do Nubank, ele se juntou a três projetos no Brasil e a um no México cujas atividades promovem créditos de carbono que compensam as emissões.

Dentre os projetos brasileiros está a Cerâmica Luara, localizada no município de Panorama (SP), que fabrica tijolos e substituiu o uso de lenha de vegetação nativa do cerrado por biomassa.

No caso, a biomassa é renovável e pode ser obtida junto a reflorestamentos e a cana-de-açúcar.


Empresa global promete neutralizar emissões até 2030

Por sua vez, o network PwC assume o compromisso global de neutralizar suas emissões de gases de efeito-estufa até 2030.

Além disso, promete apoiar os clientes a diminuir suas emissões, bem como reduzir as dos seus fornecedores.

Ou seja, em comunicado, a PwC se compromete a reduzir em 50% as emissões em termos absolutos até 2030.


Como fará isso?

Inclui, por exemplo, adotar fontes de energia 100% renováveis em todos os territórios em que a PwC atua. E reduzir pela metade as emissões associadas a viagens de negócios e hospedagem em uma década.

Tem lógica. Segundo a empresa, as emissões associadas aos voos representam 85% de sua pegada de carbono total.

E para atingir a meta de 100% de descarbonização, a PwC relata que investirá em soluções climáticas naturais.

Por exemplo: para cada tonelada restante (CO2 equivalente) que emite, compromete-se em remover uma tonelada de CO2 para atingir a neutralidade até 2030.
16/10/2020
Delcy MAC Cruz
Energia que Fala com Você
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