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Diversas

Para evitar ´greenwashing´, fundos ESG terão normas e sigla próprias
Publicado em 23/09/2021 às 09h28
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Os fundos ESG (aqueles que atendem às melhores práticas ambientais, sociais e de governança) ganharão a sigla IS (de investimento sustentável) em sua nomenclatura, a partir de janeiro. Para isso, porém, precisarão se enquadrar a uma série de regras determinadas pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).

A consulta pública a essas normas começou terça-feira e vai até 29 de outubro. O trabalho para que fossem desenvolvidas, entretanto, teve início no comecinho de 2020 e ganhou ritmo de urgência, com o crescimento exponencial e a atenção que os investimentos ESG têm ganhado. No fim de 2019, havia 22 fundos registrados na Anbima com essa pegada, com R$ 1,3 bilhão em patrimônio. Hoje, são 46 fundos, com R$ 2,5 bilhões em ativos.

O marketing em torno do tema, no entanto, tem levado muitas gestoras a adotarem o termo, na hora de conquistar o investidor. Levantamento da entidade com todos os produtos financeiros com apelo "sustentável" tem um total de ativos sob gestão pelo menos 10 vezes maior do que os dos fundos registrados na subcategoria "sustentabilidade/governança" da Anbima.

Cristiane Barbieri

23 de setembro de 2021 | 05h10


Investimentos ESG, atrelados à proteção do ambiente, por exemplo, têm crescido no País Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Os fundos ESG (aqueles que atendem às melhores práticas ambientais, sociais e de governança) ganharão a sigla IS (de investimento sustentável) em sua nomenclatura, a partir de janeiro. Para isso, porém, precisarão se enquadrar a uma série de regras determinadas pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).

A consulta pública a essas normas começou terça-feira e vai até 29 de outubro. O trabalho para que fossem desenvolvidas, entretanto, teve início no comecinho de 2020 e ganhou ritmo de urgência, com o crescimento exponencial e a atenção que os investimentos ESG têm ganhado. No fim de 2019, havia 22 fundos registrados na Anbima com essa pegada, com R$ 1,3 bilhão em patrimônio. Hoje, são 46 fundos, com R$ 2,5 bilhões em ativos.

O marketing em torno do tema, no entanto, tem levado muitas gestoras a adotarem o termo, na hora de conquistar o investidor. Levantamento da entidade com todos os produtos financeiros com apelo "sustentável" tem um total de ativos sob gestão pelo menos 10 vezes maior do que os dos fundos registrados na subcategoria "sustentabilidade/governança" da Anbima.

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"O objetivo das regras é permitir que esse mercado se desenvolva com qualidade e consistência e evitar o greenwashing (quando um produto ´vende´ a imagem de sustentável, sem sê-lo)", diz Carlos Takahashi, vice-presidente e coordenador do Grupo Consultivo de Sustentabilidade da Anbima. "Evitar experiências ruins ao investidor e trazer objetividade a critérios que não são quantitativos, nem têm uma materialidade absoluta."

Assim, para receber a sigla IS, o fundo terá obrigatoriamente de ter descrito, em seu objetivo, a sustentabilidade. A metodologia, o processo de investimento e de acompanhamento dos ativos devem ser relacionados a práticas ESG. Bem como a transparência e a divulgação de informações de maneira periódica e constante, tanto dos fundos quanto das gestoras. "Na prática, o compromisso e a carteira do fundo devem ser alinhados e coerentes com os objetivos ESG", diz Takahashi.

Os fundos ligados ao tema serão divididos em dois grupos: os que são ESG e os que incorporam práticas e alguns critérios, mas não têm esse objetivo final. Os do segundo tipo não receberão a sigla IS.

Gestoras

Não apenas o fundo deverá obedecer aos critérios, mas também a gestora. Ela não ganhará nenhuma nomenclatura, mas deverá seguir regras que atestem o comprometimento com a sustentabilidade, como a adoção de política de integração ESG, ter estrutura de governança dedicada a esse tema e divulgar, frequentemente, informações atualizadas sobre sua governança e política ao público em geral.

Para alguns especialistas em investimentos ESG, é incoerente -- ou uma forma de greenwashing -- uma gestora vender um fundo sustentável, ao mesmo tempo em que investe em petroleiras poluidoras ou em ações de empresas com pouca governança. Porém, as regras são encaradas como um primeiro passo para a evolução da área e a indução e adoção dessas práticas com maior clareza, em maior escala.

Em um primeiro momento, as normas divulgadas abrangerão fundos de renda fixa e ações. Até o fim do ano devem chegar a fundos de direito creditório e, mais adiante, aos demais tipos.

Hoje um apêndice nas regras da Anbima, a categoria vai render uma revisão do manual da entidade e deve fazer parte das provas aplicadas aos profissionais da área para a obtenção de certificados.

Para chegar à metodologia, o grupo de trabalho da Anbima debruçou-se sobre o tema durante um ano e meio, a partir do trabalho de consultorias e de referências internacionais, sobretudo do Reino Unido e da Europa, mas também com um pouco de Ásia e EUA. As regras da Anbima são a primeira autorregulação ligada ao tema na América Latina de que se tem notícia.

"Lá fora os números são impressionantes, e o tema ESG sempre teve apelo no Brasil, tanto pela questão do meio ambiente quanto pela desigualdade social, que atinge a todos", diz Takahashi. "As novas gerações também têm um olhar e uma atitude voltada a esse tema que, para o bem da sociedade, começa a avançar."
Cristiane Barbieri
Fonte: Estadão
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