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Diversas

Frete rodoviário agrícola sobe 13% no ano mas recua neste último trimestre
Publicado em 15/10/2021 às 13h53
O frete rodoviário das principais rotas de grãos subiu em média 13% no acumulado deste ano e mais de 30% na comparação com igual período do auge da safra 2020/21 (fevereiro a abril). As estimativas são do Grupo de Pesquisa e Extensão em Logística Agroindustrial da Esalq/USP (Esalq-Log) e se referem à média de preços do mercado interno.

O aumento do custo do transporte foi puxado pelas altas consecutivas do óleo diesel e pela maior demanda para escoamento da safra de verão. A tendência é de que os preços recuem no último trimestre do ano, mas ainda permaneçam elevados na comparação com os valores do ano passado, segundo especialistas em logística ouvidos pelo Broadcast Agro.

Nas principais rotas de exportação (fazenda/porto), o incremento do frete é ainda maior. Dados do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) mostram que o custo para transporte de soja de Sorriso (MT) para Santos (SP) subiu 16% de janeiro a 7 de outubro deste ano, atingindo a média de R$ 331,84 por tonelada.

De Sorriso para Miritituba (PA), o frete subiu 40% no ano, alcançando em média R$ 182,57 por tonelada no último dia 7. Estes trechos são considerados referência no mercado porque Sorriso é o maior município produtor de soja e milho do Brasil; são trechos com mais de 2 mil quilômetros; são rotas realizadas com modal misto (rodoviário/ferroviário e rodoviário/hidroviário) e porque Santos e Miritituba são os principais portos utilizados para exportação de grãos do Centro-Oeste.

Os especialistas atribuem a inflação do frete a três fatores: o atraso na janela da soja da safra 2020/21, que levou à concentração de grãos no mesmo período para escoamento; a valorização dos grãos diante do dólar apreciado ante o real, que aumentou a demanda para transporte fazenda-porto, e aos sucessivos aumentos do diesel.

"Tivemos uma safra de soja em volume normal, apesar da menor produção de milho. Isso se refletiu em fretes muito altos até julho, em virtude do escoamento da soja, e depois declinaram, porque a necessidade de cargas era menor, mas se mantiveram acima dos valores do ano passado", explicou o diretor executivo do Movimento Pró-Logística, Edeon Vaz Ferreira.

O Esalq-Log calcula que, no pico de movimentação da safra, quando há maior volume de cargas negociadas, a média de reajuste do mercado interno foi maior, da ordem de 35%, ante também o pico de escoamento da temporada anterior. No acumulado do ano, pelos cálculos da entidade, a alta foi de 13%. Para o pesquisador do Esalq-Log, Fernando Pauli de Bastiani, a acentuação do aumento deve-se ao acúmulo de grãos para transporte no mesmo período em virtude do atraso na janela da soja 2020/21.

"Vários Estados colheram a maior parte da safra juntos, em curto espaço de tempo. A necessidade de transporte na fazenda foi muito concentrada e intensa no território brasileiro", avaliou. Os cálculos do Esalq/Log consideram o transporte de grãos de Sorriso para Rondonópolis (614 quilômetros) - rota fazenda/indústria doméstica.

Na base setembro, o valor do frete entre as mesmas cidades passou de R$ 95,92 por tonelada em setembro de 2020 para R$ 105,47 por tonelada no mês passado, conforme o Esalq-Log. "Mesmo com 10 milhões a menos de toneladas de milho, temos frete maior em R$ 10 por tonelada - o que pode ser explicado pelo preço do combustível", avaliou Bastiani, citando aumento de mais de 50% no óleo diesel.

Ele acrescentou que a alta poderia ter sido ainda maior caso o País tivesse colhido uma safrinha de milho dentro da normalidade. A participação do combustível ia de 25% a 29% no preço do frete nas principais rotas agrícolas em setembro, segundo cálculos do Esalq-Log.

Para este quarto trimestre, contudo, a perspectiva é de recuo nas cotações. Os especialistas em logística apontam que a menor demanda pelo transporte rodoviário tende a compensar os eventuais novos aumentos do diesel. Isso porque nos últimos três meses do ano, sazonalmente, há menor escoamento de grãos, já que a safra de verão está sendo plantada. Soma-se a este cenário a menor movimentação da safra de inverno decorrente da quebra na produção de segunda safra de milho.

"Como já terminamos a colheita do milho safrinha, os preços do frete devem cair até dezembro. A menor oferta do cereal e o fato de as exportações do grão serem inferiores vai refletir na diminuição constante da demanda por frete nestes últimos três meses", comentou o pesquisador do Esalq-Log. Bastiani ponderou, contudo, que as cotações do frete em reais tendem a continuar superiores na comparação com igual período do ano passado puxadas pela valorização do óleo diesel.
Fonte: Broadcast
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