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O desembolso de crédito rural do Plano Safra chegou a R$ 190,5 bilhões de julho de 2020 a abril de 2021, montante 22% maior que o do mesmo período da temporada passada, quando foi de R$ 155,2 bilhões. O valor está próximo do volume total repassado aos produtores durante os 12 meses do ciclo 2019/20 (julho a junho), quando eles acessaram R$ 191,8 bilhões pelas linhas de financiamento.

O corte de R$ 2,5 bilhões no orçamento da subvenção deste ano e o atraso na votação do projeto que recompõe os recursos pode influenciar o desempenho daqui para a frente. Sem previsão dos valores para pagar a equalização dos juros, o Tesouro Nacional determinou a suspensão imediata de novas operações subvencionadas nesta safra pelas instituições financeiras. Elas poderão ser retomadas caso haja suplementação.

Um balanço divulgado pelo Ministério da Agricultura também contabilizou os desembolsos com as Cédulas de Produto Rural (CPRs) e as operações de crédito com as agroindústrias feitas até fevereiro e alimentados com recursos das Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs). Ao todo, foram financiados mais R$ 10,8 bilhões nessas categorias, menos que os R$ 24,3 bilhões liberados no ciclo 2019/20 até abril do ano passado. Considerando esse volume, que não é anunciado no Plano Safra, já foram emprestados R$ 201,4 bilhões ao campo pelo sistema financeiro.

O maior destaque continua com os investimentos. O volume até abril (R$ 59,5 bilhões) foi 46% maior que o do mesmo período da safra passada (R$ 40,8 bilhões), com desempenho positivo em várias linhas, como Moderinfra, Prodecoop, Inovagro, Moderagro, ABC e PCA. Os desembolsos do custeio, por sua vez, chegaram a R$ 102,4 bilhões, 19% a mais que os R$ 86,2 bilhões emprestados entre julho de 2019 e abril de 2020.

O dinheiro para industrialização cresceu 4%, passando de R$ 9,8 bilhões para R$ 10,2 bilhões. Os empréstimos para comercialização mantiveram o patamar de R$ 18,3 bilhões. O número de contratos de crédito rural aumentou 5% e beirou 1,7 milhão nesta temporada até agora. Mais de 60% dos recursos liberados (sem contar CPRs e agroindústrias) vieram de fontes controladas, com ou sem subvenção do governo.

Foram R$ 120,1 bilhões. Destaque para a saída de dinheiro da poupança rural, que tem a equalização de juros. O desembolso aumentou 65% em relação aos dez primeiros meses da safra 2019/20. Essa é a principal fonte de financiamento do Plano Safra em vigor, com R$ 45,7 bilhões. Nos recursos livres, a principal fonte continuam sendo as LCAs, mas os financiamentos, de R$ 38,2 bilhões, caíram 18% em relação à temporada anterior. Houve forte crescimento no desembolso dos recursos livres (75%) e da poupança rural livre (36%).