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Diversas

Vibra Energia compra 50% da ZEG Biogás
Publicado em 05/07/2022 às 09h30
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A Vibra Energia pretende alcançar a comercialização de seu primeiro milhão de metros cúbicos de biometano em três anos, chegando à marca de 2 milhões de m3/dia nos próximos cinco anos, com a aquisição de 50% da ZEG Biogás. Esse volume corresponde a 20% do potencial de produção do biometano - obtido através da purificação do biogás - por meio da vinhaça, resíduo da produção de etanol.

Os outros 50% de participação continuarão com a FSL e a ZEG. Com o contrato assinado na sexta-feira, a Vibra vai desembolsar R$ 129,5 milhões aos acionistas da ZEG Biogás e injetará R$ 30 milhões diretamente no caixa da empresa, além do compromisso de investir R$ 412 milhões para o desenvolvimento de novos projetos que estão no "pipeline", conforme eventuais necessidades de capital. Este valor pode aumentar para até R$ 700 milhões, dependendo de como os projetos venham a ser estruturados.

Vibra e ZEG Biogás pretendem desenvolver pelo menos sete projetos que já estão no portfólio da empresa de biogás, um deles prestes a entrar em operação comercial nos próximos meses, em São José dos Campos (SP) - e que já conta com 100% do biometano vendido. Outros quatro projetos estão sendo negociados com grupos sucroalcooleiros, a partir da vinhaça, e outras duas usinas estão sob tratativas com aterros sanitários.

Segundo o vice-presidente de Operações, Logística e Sourcing da Vibra Energia, Marcelo Bragança, as companhias já estão conversando com clientes que esperam por esses novos projetos. Os prazos de implantação podem variar de 12 a 24 meses, dependendo da origem do produto (se de aterro sanitário ou de rejeitos do agronegócio). Além da vinhaça, já existem avaliações para projetos que usam rejeitos da produção de suco de laranja e de restos de palma.

"É um projeto de infraestrutura que demanda capex [investimentos], tempo e paciência, disse Bragança. "Estamos com pé no chão, mas achamos que vamos avançar bem rápido", completou Daniel Rossi, conselheiro da ZEG Biogás. Recursos para colocar os projetos de pé, seja por meio de capital próprio, seja via de mercado de capitais, não são um gargalo para os empreendimentos, afirmam os executivos.

Além de desafios logísticos e operacionais, o maior deles, conta Rossi, da ZEG Biogás, é o de conhecimento do produto, que ainda requer uma desmistificação - algo esperado à medida que as usinas entrem em operação comercial. O executivo prevê um "boom" de contratação do biometano até o ano que vem, o que vai garantir a capacidade de desenvolvimento dos projetos.

"O maior gargalo hoje é produzir em quantidade suficiente para atender à demanda", disse Rossi, explicando que o desenvolvimento da oferta é uma negociação tripartite. Envolve a empresa que desenvolve o biogás, a que detém o resíduo e o mercado comprador.

Bragança, da Vibra, não descarta a negociação de volumes diretamente com distribuidoras de gás, em meio ao atual momento de abertura do mercado, considerando-as como potenciais clientes, especialmente diante do fato de que algumas delas já promovem chamadas públicas para injeção do biometano na rede.

Por sinal, a aquisição da metade da ZEG Biogás se deu em uma ocasião muito favorável, avaliam os executivos, uma vez que a demanda está cada vez mais elevada por produtos ligados à descarbonização e à agenda ESG, ao lado da concessão de incentivos, recentemente, pelo governo, a fim de acelerar a formação de um mercado e reduzir emissões.

Além disso, soma-se a esse cenário os altos preços dos combustíveis fósseis e do gás natural, puxados pela Guerra na Ucrânia, que beneficia novos negócios com o biocombustível, já que os contratos são atrelados ao IPCA, em vez da moeda americana. "A gente consegue não apenas dar previsibilidade da entrega da molécula como a garantia de que [no caso de] qualquer choque no mercado mundial de energia, o cliente não vai ser impactado na mesma proporção", disse Bragança.

A relação entre as duas empresas teve início em maio do ano passado, quando assinaram memorando de entendimentos para estudar o mercado, evoluindo para um acordo de cooperação em agosto e para conversas, no fim de 2021, para a aquisição da participação societária.

A parceria, segundo as empresas, pode viabilizar que as mais de 300 usinas de etanol fornecedoras da Vibra possam acessar uma solução ambientalmente adequada para a vinhaça. A sinergia, salientam, une a capacidade de produção e comercialização de biometano da ZEG Biogás à rede de relacionamento da Vibra, com mais de 18 mil clientes corporativos (B2B) que podem buscar, por exemplo, a troca do GLP ou do óleo diesel, e uma rede com 8,3 mil postos de combustíveis.
Fonte: Valor Econômico
Texto extraído do boletim SCA
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