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Etanol

Milho/etanol: Novozymes terá sua primeira planta de leveduras no Brasil, em Araucária (PR)
Publicado em 09/08/2022 às 15h07
Foto Notícia
A dinamarquesa Novozymes, que atua em 140 países com enzimas e microrganismos para mais de 30 indústrias, vai inaugurar no fim deste ano sua primeira planta de levedura do Brasil, em Araucária (PR), a fim de atender à demanda crescente da indústria de etanol de milho da América do Sul. Hoje, a empresa abastece o mercado brasileiro e regional principalmente com levedura trazida de sua fábrica própria no Canadá. Também conta com produção do insumo na China, com um parceiro local. O anúncio foi feito ontem (8) pelo presidente regional da Novozymes para América Latina, William Yassumoto, na abertura da Teco Latin America 2022, evento sobre o setor de etanol de milho organizado pela empresa e realizado em São Paulo (SP).

"Estamos instalando essa unidade aqui para apoiar o desenvolvimento da indústria de etanol de milho e aproximar dela a inovação, trazendo tecnologias que são desenvolvidas lá fora para o mercado local. A unidade terá capacidade para atender a toda a demanda do mercado latino-americano, que não é pequena", disse Yassumoto. "Vamos trazer todo o portfólio global para a cá, o que também proporciona segurança do abastecimento", continuou. A Novozymes não informa o valor do investimento.

As leveduras são organismos unicelulares microscópicos utilizados para converter em álcool os açúcares produzidos no processo de produção do etanol. Elas ajudam a aumentar a produtividade e a extração de óleo de milho e elevar a eficiência da operação industrial. Na nova planta, em Araucária (PR) - onde a empresa já tem uma fábrica de enzimas para nutrição animal, etanol e limpeza doméstica -, a Novozymes produzirá levedura em forma de creme, que traz às usinas de etanol de milho vantagens em comparação às leveduras granulares.

O plano é, "dentro de meses" de testes de laboratório, especificações e testes em campo, passar a atender à indústria de etanol do Brasil com as leveduras produzidas na unidade, não mais com produtos canadenses, conta o executivo. No País, a Novozymes ainda possui uma planta de produção de enzimas para o setor agrícola em Quatro Barras, também no Paraná. A companhia tem uma terceira planta na América do Sul, na Argentina.

Yassumoto enfatiza que o crescimento do negócio da Novozymes na região vem acompanhando o desenvolvimento da produção de etanol na América do Sul, já que a empresa é líder no mercado de leveduras para o segmento. Ele cita as projeções da União Nacional de Etanol de Milho (Unem) de que até 2031 a produção do biocombustível no País deva atingir 10 bilhões de litros, mais que o dobro dos 4,5 bilhões de litros de etanol de milho esperados para a safra 2022/23. O volume representará 14% da produção total de etanol (incluindo o de cana-de-açúcar) projetada para a temporada, de 32 bilhões de litros.

A crescente relevância dada globalmente a energias renováveis e políticas de redução das emissões de gases de efeito estufa também estimula o investimento, argumenta o executivo. "Temos uma confiança enorme na importância dos biocombustíveis e das tecnologias verdes. E estamos em um momento importante do setor de biocombustíveis: o etanol de segunda geração está se desenvolvendo de forma bastante acelerada, a Índia vem buscando seu protagonismo em etanol também, buscando ser um potencial player", diz Yassumoto.

No ano passado, a Novozymes faturou globalmente 15 bilhões de coroas dinamarquesas ou US$ 2 bilhões, crescimento de 6% em relação aos resultados de 2020. A América Latina foi a região que registrou maior crescimento orgânico, 31%, bem acima de Ásia e Pacífico (10%), da América do Norte (3%) e de Europa, Oriente Médio e África (2%). Para 2022, a expectativa da companhia é alcançar um crescimento orgânico global das vendas de 3% a 7%, refletindo ainda incertezas atreladas à pandemia de covid-19 e volatilidade nos mercados.

Além de atender ao setor de biocombustíveis, a empresa, que tem ações listadas na Bolsa de Valores de Copenhague, fornece mais de 700 produtos para outras indústrias, como a agrícola (como inoculantes e biodefensivos), de nutrição humana, de nutrição e saúde animal, óleos e gorduras, bebidas, têxtil, alimentos, limpeza industrial, hospitalar e doméstica e papel e celulose. Na América Latina, além da indústria de etanol de milho, Yassumoto destaca a relevância para a companhia dos segmentos de limpeza residencial, alimentos e bebidas, óleos e agrícola.

Da nova fábrica em Araucária, a Novozymes deve passar a atender com leveduras também os mercados paraguaio e argentino. "É um investimento importante. Biotecnologia não é algo trivial, demanda uma série de investimentos em equipamentos, pessoal. Não à toa 13% da receita global da Novozymes vai para Pesquisa e Desenvolvimento", afirma Yassumoto.
Clarice Couto
Fonte: Estadão
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