União Nacional da Bioenergia

Este site utiliza cookies para garantir que você obtenha a melhor experiência. Ao continuar navegando
você concorda com nossa política de privacidade. Política de Privacidade

Diversas

Após 17 anos com bons resultados, produtor de soja pode ter prejuízo na safra 2023/24
Apesar do recuo nos custos de produção, sojicultor enfrenta queda nos preços e produtividade menor
Publicado em 26/03/2024 às 08h07
Foto Notícia
Depois de 17 anos seguidos de renda positiva aos produtores brasileiros de soja, a temporada da safra 2023/24 corre o risco de ter resultados negativos para a maioria dos agricultores. A avaliação é de Flávio Roberto de França Junior, líder de conteúdo da Datagro.

“Apesar do recuo nos custos de produção, tivemos também a queda expressiva nos preços, ficando a possibilidade de renda positiva atrelada ao bom desempenho na produtividade – que mesmo que seja positiva, no geral, o desempenho será inferior aos três últimos anos”, comentou, em nota, França Junior.

O avanço da colheita de soja no Brasil, que chegou a 70% da área até a última sexta, de acordo com a Pátria Agronegócios, continua mostrando rendimentos desuniformes em muitas regiões do país.

Dentro desse contexto, a Datagro ressalta que observando as variáveis que determinam a lucratividade bruta, definida pela relação entre a receita obtida, custo de produção e produtividade, pendem para o lado positivo apenas para os sojicultores que conseguirem “colher bem”.

“No lado limitante, consideramos queda expressiva na expectativa de produtividade média, muito abaixo da expectativa inicial e do recorde do ano passado. Apesar do bom nível tecnológico, a influência de um fenômeno El Niño de forte intensidade trouxe duros impactos por conta da irregularidade das chuvas”, disse França Junior.

A Datagro reduziu o potencial de produtividade média da safra 2023/24 dos 3.592 quilos por hectare da estimativa preliminar de julho de 2023 para os atuais 3.233 quilos por hectare. Em caso de confirmação, esse desempenho seria 10% inferior aos 3.589 quilos por hectare do recorde alcançado na safra 2022/23.

Foi observada expressiva retração nos custos operacionais de produção da safra 2023/24 de soja nos Estados do Mato Grosso, Paraná e Rio Grande do Sul, líderes nacionais na produção da oleaginosa. Porém, a consultoria pondera que esse recuo acontece sobre uma base muito elevada, depois dos fortes aumentos registrados nas safras 2021/22 e 2022/23.

“Esse é o segundo fator fundamental para a definição da renda desta temporada, e o único positivo aos ganhos dos produtores. De saldo, temos a diminuição de gastos com insumos e alguma retração no padrão da taxa de câmbio na temporada, mas, por outro lado, o aumento expressivo nos custos fixos”, pontuou o analista

Em relação à receita, analisando os três principais componentes – Bolsa de Chicago, prêmios de exportação e taxa de câmbio –, a sinalização inicial aponta preços domésticos abaixo dos excepcionais observados de 2020 a 2023, retornando para patamares aquém da média.

“A princípio, temos sinalizações abaixo dos resultados ainda positivos de 2023, e muito abaixo dos excepcionais números de 2020, 2021 e 2022, com indicação de custos de produção menores, mas cenário pior de preços domésticos e produtividades seriamente comprometidas”, acrescentou França Junior.
 
Por Paulo Santos --- São Paulo
Fonte: Globo Rural
Fique informado em tempo real! Clique AQUI e entre no canal do Telegram da Agência UDOP de Notícias.
Notícias de outros veículos são oferecidas como mera prestação de serviço
e não refletem necessariamente a visão da UDOP.
Mais Lidas