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Diversas

Onda de calor ficou 1°C mais quente com mudança climática
Publicado em 26/03/2024 às 09h10
Foto Notícia
onda de calor que atingiu o Brasil em março de 2024 foi 1°C mais quente do que as observadas anteriormente, mesmo ocorrendo fora da temporada de verão, mostra um estudo divulgado no domingo (24/3) pelos cientistas da ClimaMeter.

Segundo a análise, este evento que antes era incomum agora está ficando frequente – e o motivo todo mundo já conhece: mudança climática causada pela queima de combustíveis fósseis.

“De 15 a 18 de março de 2024, uma onda de calor recorde engolfou o sudeste do Brasil, com temperaturas alcançando níveis sem precedentes para o período de outono precoce no hemisfério sul (chegando a 42°C no Rio de Janeiro). O índice de calor escaldante, atingindo 62,3°C, marcou o mais alto registrado na cidade na última década”, observa a ClimaMeter.

Enquanto quem estava no Rio enfrentava temperaturas escaldantes, os habitantes do sul do estado foram atingidos por chuvas torrenciais.

O ClimaMeter é um grupo da Universidade Paris-Saclay, na França, que reúne uma equipe internacional de cientistas para conduzir estudos rápidos sobre extremos meteorológicos.

O mais recente analisa as características das ondas de calor entre 2001 e 2023 e faz uma comparação para mostrar como seria se elas tivessem ocorrido no final do século 20 (de 1979 a 2001).

A conclusão é o aumento de 1°C na temperatura das ondas de calor.

Os cientistas alertam que as temperaturas extremas aumentaram no sudeste da América do Sul, incluindo o Brasil, nas últimas décadas, e que há sim contribuição humana nessa ocorrência.

“O relatório AR6 do IPCC estabelece uma relação clara entre ondas de calor e mudança climática no Brasil por meio de projeções de aumento da mortalidade relacionada a ondas de calor, aumentos observados em temperaturas extremas e a probabilidade de ondas de calor mais frequentes e intensas no futuro devido à mudança climática”, destacam os cientistas, chamando a atenção para as previsões do painel intergovernamental que trata do clima (IPCC).

Looping

A temperatura aumenta, nós ligamos o ar condicionado. Aumenta o consumo de energia. As secas reduzem a geração hidrelétrica. Acionamos térmicas a combustíveis fósseis. As emissões de gases de efeito estufa intensificam as ondas de calor. A temperatura aumenta, nós ligamos o ar condicionado…

Em março de 2023, quando  lançou seu relatório síntese, o IPCC mostrou que só o carbono emitido pela infraestrutura de energia fóssil existente, mais o que virá das construções planejadas, já é suficiente para superar a quantidade de gases de efeito estufa que pode ser emitida até a atmosfera esquentar 1,5°C.

Enquanto isso, dados da Agência Internacional de Energia (IEA, em inglês) revelam que as secas severas e prolongadas em diversas regiões do mundo, em 2023, causaram uma queda recorde na geração hidrelétrica, com consequente aumento no acionamento de térmicas a combustíveis fósseis, elevando as emissões de GEE.

No ano passado, as emissões globais de CO2 relacionadas à energia aumentaram 1,1% em relação a 2022 – que já haviam sido recorde.

Se até 2035, o mundo não reduzir as emissões de gases de efeito estufa para 60% abaixo dos níveis de 2019, o IPCC alerta que mais de três bilhões de pessoas – quase metade da população mundial – estarão altamente vulneráveis ao clima.
Nayara Machado
Fonte: Agência epbr
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