União Nacional da Bioenergia

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Goiás registra alta de 5,58% no etanol e lidera aumento de combustíveis no País
Enquanto a média brasileira recua 0,45%, preços do etanol e da gasolina subiram no Centro-Oeste, puxados pelo Estado
Publicado em 22/05/2025 às 10h10
Foto Notícia
Na contramão do movimento de queda nos preços dos combustíveis observado na maior parte do país, Goiás registrou, na primeira quinzena de maio, a maior alta no preço médio do etanol. Segundo o Índice de Preços Edenred Ticket Log (IPTL), o litro do biocombustível no Estado subiu 5,58% e passou a ser comercializado a R$ 4,54, superando a média nacional de R$ 4,46 — que, por sua vez, teve recuo de 0,45% no período.

Além da alta expressiva do etanol, Goiás também teve aumento no preço da gasolina, que chegou a R$ 6,43 por litro. Essa combinação reforçou a pressão sobre setores da economia que dependem fortemente do transporte rodoviário, como o agronegócio e a logística.

Para a economista Greice Guerra, a elevação nos preços dos combustíveis, especialmente do etanol, traz um alerta importante. “Isso aí levanta um alerta para a economia. Porque quando o etanol sobe de preço, isso incide no custo dos transportes. O que, por sua vez, incide no custo dos fretes. E isso encarece o preço dos produtos finais”, afirma. Segundo ela, o impacto atinge toda a cadeia produtiva, pressionando também os serviços e contribuindo para a alta da inflação.

O cenário em Goiás contrasta com Estados como São Paulo, onde o etanol caiu 0,94%, sendo vendido a R$ 4,21 — o menor preço do país. Já a gasolina mais barata também foi encontrada em São Paulo, a R$ 6,23. No extremo oposto, o etanol mais caro foi registrado no Amazonas, a R$ 5,48, enquanto a gasolina mais cara do Brasil foi vendida no Acre, a R$ 7,61.

O comportamento atípico do Estado está inserido em uma dinâmica mais ampla do Centro-Oeste, única região do país a registrar aumento simultâneo nos preços médios da gasolina (0,77%) e do etanol (1,37%), de acordo com o IPTL. O etanol na região foi vendido a R$ 4,45, enquanto a gasolina ficou em R$ 6,55. Já o diesel teve retração: o tipo comum caiu 3,23% (R$ 6,29) e o tipo S-10 recuou 3,03% (R$ 6,39).

Especialistas apontam que a alta nos preços na região é resultado de fatores estruturais. “A distância para grandes centros de refinaria, o custo do transporte, muitas vezes dificultados por tal distância, a quantidade de bases de distribuição que dependem desse transporte e a própria concorrência interna entre os postos de abastecimentos locais são alguns dos fatores que podem justificar a alta”, explica Renato Mascarenhas, Diretor de Rede, Operações e Transformação da Edenred Mobilidade.

Mesmo com o aumento, o etanol segue mais vantajoso economicamente na maioria dos Estados do Centro-Oeste — exceto no Distrito Federal. Mas a competitividade pode estar em risco, segundo a economista. “O aumento do etanol vem reduzindo a competitividade desse biocombustível. Isso pode afetar, sim, a preferência do consumidor, porque vai estreitando a diferença de preço entre o etanol e a gasolina”, explica Guerra.

Ela também destaca o risco inflacionário atrelado ao transporte rodoviário, majoritário no Brasil. “Todo aumento de combustível gera inflação, porque nosso transporte é um dos mais caros do mundo. Então, sempre vai pressionar o preço dos produtos. Toda vez que nós temos elevação de preço de gasolina, de diesel, de etanol, nós estamos também correndo risco de ter elevação dos preços dos produtos, serviços e bens finais”, avalia.

Cenário nacional

No cenário nacional, a gasolina caiu 0,46%, com preço médio de R$ 6,43, e o etanol recuou 0,45% (R$ 4,46). A queda foi atribuída ao avanço da safra da cana-de-açúcar, que aumentou a oferta de etanol, e à estabilidade nos preços internacionais do petróleo.

Segundo Guerra, esses fatores podem reverter o cenário de alta nas próximas semanas. “Pode ocorrer uma redução dessa alta devido ao avanço da safra nas próximas semanas. E também essa queda pode se dar devido à queda do preço do barril do petróleo no mercado internacional, e até mesmo a estabilização do petróleo na economia global”, pontua.

A economista lembra que uma nova reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) está prevista para junho, e o cenário dos combustíveis terá peso na decisão. “O Copom já sinaliza, talvez, não é nada ainda oficial, que não promoverá corte de juros. Que não promoverá aumento de juros e sim manutenção de juros, mas tudo vai depender do contexto interno”, conclui.

A análise do IPTL conclui que, apesar da volatilidade dos preços regionais, o etanol segue como a opção mais econômica em 11 Estados, especialmente nas regiões Sudeste, Centro-Oeste e Norte. O fator ambiental também segue como argumento central para a escolha do biocombustível
Micael Silva
Fonte: O Hoje.com
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