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OMC diz que queda recorde no comércio poderia ter sido pior
Publicado em 23/06/2020 às 09h16
O comércio mundial de mercadorias caiu a uma taxa recorde nos primeiros meses do ano devido à pandemia de Covid-19, mas não chegou a consolidar o pior cenário possível, disse a Organização Mundial do Comércio (OMC) nesta terça-feira.

O órgão com sede em Genebra previa em abril que o comércio global de mercadorias recuaria entre 13% e 32% em 2020, números que o chefe da OMC descreveu como "feios", antes de se recuperar em 21% a 24% em 2021.

A OMC não estabeleceu novos números nesta terça-feira, mas disse que respostas rápidas dos governos significam que seu cenário pessimista para este ano é improvável.

De fato, o volume do comércio de mercadorias encolheu 3% no primeiro trimestre, informou a OMC, e as estimativas iniciais apontam para um declínio ano a ano de 18,5% no segundo trimestre.

"A queda no comércio que estamos vendo agora é historicamente grande --- na verdade, seria a mais acentuada já registrada. Mas há um importante lado positivo aqui: poderia ter sido muito pior", disse o diretor-geral da OMC, Roberto Azevêdo.

A OMC disse que os governos reagiram mais rapidamente do que na crise de 2008 e 2009, e o apoio à renda incentivou os consumidores a continuarem gastando. Alguns setores, como o de automóveis, caíram acentuadamente, mas outros, como eletrônicos, mantiveram-se bem.

Se o comércio crescer 2,5% por trimestre durante o resto do ano, a projeção mais otimista de queda de 13% poderá ser realizada, embora isso ainda seja pior do que no auge da crise financeira em 2009, quando o comércio recuou 12,5%.

No entanto, a OMC disse que o crescimento mais fraco do que o esperado, restrições comerciais mais amplas e uma possível segunda onda de infecções podem fazer com que a recuperação de 2021 decepcione.

O comércio poderia então se recuperar apenas cerca de 5%, deixando-o bem aquém da situação pré-pandemia. As medidas monetárias, fiscais e comerciais terão um papel significativo, disse a OMC.
Philip Blenkinsop
Fonte: Reuters
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