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Entrada da safra brasileira de soja derruba preços em março
Publicado em 03/04/2023 às 08h50
Foto Notícia
O mês de março reservou um cenário negativo para os preços da soja no mercado brasileiro. Como resultado, a comercialização seguiu arrastada, com os produtores aproveitando momentos de repique para tentar se desfazer da soja. E as perspectivas não são de melhora no curto prazo.

A saca de 60 quilos recuou de R$ 167,00 para R$ 150,00 no mês em Passo Fundo (RS). No período, o preço baixou de R$ 164,00 para R$ 143,00 em Cascavel (PR). Em Rondonópolis (MT), a cotação caiu de R$ 151,00 para R$ 136,00.

No Porto de Paranaguá, a saca também sofreu forte retração, baixando de R$ 170,00 para R$ 155,00. Os prêmios seguiram negativos no mês e acentuaram as perdas na maior parte de março.

O principal fator de pressão sobre preços e prêmios foi o avanço da colheita da maior safra da história do Brasil. Apesar de problemas no Rio Grande do Sul, por conta da estiagem, a produção brasileira está estimada por SAFRAS & Mercado em 152,4 milhões de toneladas.

A oferta aumentou de forma consistente, sem encontrar fatores que pudessem equilibrar com a demanda. Houve o sério problema na safra da Argentina, mas já absorvido na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT). Os contratos no exterior encerraram o mês no zero a zero, com a posição maio se mantendo na casa de US$ 14,75 por bushel.

No exterior, além da maior oferta do Brasil, o mercado foi prejudicado pela fraca demanda pela soja americana e pelo clima de aversão ao risco no financeiro, diante da preocupação com o sistema bancário mundial. Completando o cenário negativo para a soja brasileira, o dólar comercial fecha o mês com desvalorização de 2,43%, cotado na casa de R$ 5,097.
Dylan Della Pasqua
Fonte: Safras & Mercado
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