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Petrobras anuncia redução do preço do diesel em 6,6% nas refinarias
Publicado em 08/12/2023 às 08h27
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Em meio às constantes quedas da cotação do petróleo no mercado internacional observadas nas últimas semanas, a Petrobras anunciou na quinta-feira (7) que vai reduzir em R$ 0,27 por litro o preço do diesel A vendido em suas refinarias. A queda, que passa a valer a partir de sábado (9), representa corte de 6,6%. Os preços da gasolina e do gás de cozinha, o GLP, foram mantidos.

Em nota, a estatal ressaltou que o ajuste foi resultado de análises dos mercados externo e interno baseadas na estratégia comercial da companhia, implementada em maio deste ano. A nova formação passou a incorporar “parâmetros que refletem as melhores condições de refino e logística da Petrobras na precificação”, diz a companhia.

O preço do diesel A para as distribuidoras passa a ser de R$ 3,78 por litro. Segundo a Petrobras, a estimativa é de que haja redução de R$ 0,24 por litro ao consumidor final considerando a mistura obrigatória de 88% de diesel A e 12% de biodiesel.

Para os consumidores, considerando outros fatores como impostos, mistura de biocombustíveis e margens de lucro da distribuição e da revenda, o preço do diesel A S10 deve chegar aos R$ 5,92 por litro, estima a Petrobras. O cálculo considera o levantamento de preços de combustíveis da Agência Nacional do Petróleo (ANP) na semana de 26 de novembro a 2 de dezembro, que indicou valor médio de R$ 6,16 por litro.

Em todo o ano, a queda acumulada do preço de venda de diesel A da Petrobras para as distribuidoras é de R$ 0,71 por litro, equivalente a 15,8%.

“Ciente da importância de seus produtos para a sociedade brasileira, a companhia reitera que na formação de seus preços busca evitar o repasse da volatilidade conjuntural do mercado internacional e da taxa de câmbio, ao passo que preserva um ambiente competitivo salutar nos termos da legislação vigente”, disse a Petrobras em nota.

O reajuste anunciado ontem vem quase dois meses após a última vez que a estatal mexeu no preço do derivado: em 21 de outubro, a empresa aumentou em 6,58% o preço do diesel nas refinarias. No mesmo dia, o preço da gasolina reduziu em 4,1%. A última redução de preço do óleo diesel promovida pela Petrobras havia sido em 16 de maio, com queda de 12,72%.

O presidente da estatal, Jean Paul Prates, havia dito ao Valor em Dubai que iria manter os preços dos combustíveis até que retornasse da COP28. O executivo chegou ontem ao Rio de Janeiro, onde fez reuniões na Cúpula do Mercosul. Prates sinalizou, na ocasião, haver maior possibilidade de reajuste na gasolina do que no diesel.

Analistas de mercado dizem que o corte era esperado. Mas, para Ilan Arbetman, da Ativa Investimentos, a rapidez na execução surpreendeu: “Há uma diferença de discursos entre fazer reunião de preços na volta e essa execução imediata do corte. Me parece que há duas correntes de pensamentos dentro da Petrobras, e que Prates é da linha mais técnica. Enquanto isso, existem membros do governo muito vocais sobre a precificação de derivados no país.”

Para Arbetman, houve um consenso entre as alas técnica e política para o reajuste do diesel: “O movimento segue técnico, mas foi feito de forma mais rápida do que o previsto.”

Segundo o analista, houve variação na margem de refino sobre o diesel que viabilizou a redução do preço. Essa margem determina a rentabilidade da refinaria.

Marcus D’Elia, sócio da Leggio Consultoria, afirma que a Petrobras aposta na tendência de redução da margem de refino: “Isso pode gerar uma defasagem maior em relação à paridade de importação a curto prazo.”

Na segunda-feira (4), o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse que voltaria a cobrar a Petrobras sobre a possibilidade de reduzir preços dos combustíveis considerando as oscilações do barril do petróleo e a variação do dólar.

Em entrevista à GloboNews, Silveira disse respeitar a governança da Petrobras, mas afirmou que não abriria mão de defender o interesse nacional: “Acredito que nós temos que chegar no Brasil, sentar de novo, conversar sobre os preços. Essa será uma constante, não será uma novidade na relação do governo com a Petrobras, porque isso é importante para o Brasil.”

No fim de novembro, na apresentação do plano estratégico 2024-2028, Prates disse que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva “jamais” pediu que a Petrobras baixasse ou aumentasse preços de combustíveis.

Na ocasião, o executivo da petroleira afirmou que em nenhum momento se sentiu ameaçado no cargo, após circularem notícias de que sua permanência à frente da estatal estaria ameaçada.
Fonte: Valor Econômico
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