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Diversas

O que é o efeito La Niña? Saiba como o fenômeno muda o clima
Projeções indicam que La Niña deva acontecer no inverno de 2024, entre julho e setembro
Publicado em 18/06/2024 às 11h10
Foto Notícia
Área azul do mapa indica resfriamento do Pacífico em período de La Niña
Foto: NOAA
Com o fim do El Niño, outro fenômeno entra em atividade em breve, a La Niña. Seu retorno gera preocupação no Brasil e no mundo devido aos efeitos nas chuvas e nas temperaturas. Entenda mais o seu funcionamento e os impactos esperados durante a sua atividade.

O que é e quais os efeitos da La Niña

O período de La Niña é caracterizado por uma anomalia negativa na temperatura de -0,5?°C ou menos nas águas superficiais de partes central e leste do Pacífico Equatorial, que deve se manter por, pelo menos, cinco trimestres consecutivos para ser oficializado. A variação positiva indica El Niño.

Há diversas teorias sobre o que está por trás dessas anomalias, mas não há um consenso na comunidade científica para justificar estes ciclos. O que se sabe com certeza os efeitos dos fenômenos no clima.

Por regra, durante a La Niña, as chuvas diminuem na região Sul e aumentam no Norte e Nordeste. Já no Sudeste e no Centro-Oeste, há riscos de períodos frios, com as temperaturas abaixo da média histórica. Foi assim na última vez em que ficou ativo, entre 2020 e 2023, explica Patrícia Cassoli, meteorologista da Climatempo.

“No El Niño é o contrário, com impactos associados ao aumento da chuva no Sul e diminuição no Norte e Nordeste, e as temperaturas mais altas no Sudeste e também no Centro-Oeste”, esclarece.

O La Niña tem por característica atrasar o início do período úmido no país. Por isso, a expectativa é de chuva entre agosto e setembro no Sudeste, Centro-Oeste e Norte, mas abaixo da média histórica. No Sul, os períodos de instabilidade, como as chuvas fortes que provocaram enchentes no último mês, devem reduzir.

Vai ter La Niña em 2024?

Sim. A expectativa é que o Oceano Pacífico permaneça em neutralidade até, no máximo, setembro, dando início a temporada de La Niña. Segundo a Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA), há 65% de chances do fenômeno entrar atividade neste inverno, entre julho e setembro.

Ainda segundo a especialista ouvida pela Globo Rural, os modelos meteorológicos não mostram com clareza as implicações do La Niña.

De acordo com Cassoli, isso acontece porque o fenômeno não está configurado. "E a atmosfera demora um tempo para responder à mudança de padrão. Os efeitos do La Niña devem começar a ser sentidos mais para o fim do inverno e, principalmente, a partir da primavera”, completa.

Relembre a última passagem da La Niña

O último episódio de La Niña aconteceu entre setembro de 2020 e março de 2023. No Sul, por exemplo, com chuvas abaixo da média, a irrigação foi afetada nas lavouras, com destaque para o milho e a soja. A Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado do Rio Grande do Sul (FecoAgro/RS), inclusive, apontou perdas de R$ 36 bilhões em razão da estiagem na safra de 2022.

A seca também ficou em evidência nos Estados do Sudeste, gerando danos em diversas culturas e para o consumo humano.

Com poucas chuvas no Centro-Oeste, as queimadas bateram recordes, enquanto outras áreas da mesma região sofreram com volumes intensos de precipitação. No Mato Grosso, as plantações de grãos lesadas pela seca registraram morte de plantas, nanismo, amarelamento e queda das folhas entre 2021 e 2022, conforme relatório da Defesa Civil do Mato Grosso.

Ao contrário do Sul e Sudeste, o Norte e o Nordeste registraram episódios de chuvas fortes, o que aumentou o fluxo dos rios e a elevação do nível dos lagos. Entre os prejuízos, inundações nas comunidades ribeirinhas, deslizamentos e proliferação de mosquitos.
Daniela Walzburiech
Fonte: Globo Rural
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