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Novo relatório da DATAGRO Grãos sobre a safra 2024 de cereais e oleaginosas no Brasil mantém a indicação de redução na área semeada de grãos no País, após uma sequência de 13 anos consecutivos de crescimento. Também se observa retração na produção devido a sérios problemas climáticos.

“Apesar da boa oferta de crédito, redução nos custos de produção, e safra de verão acontecendo sob o impacto do fenômeno El Niño, tivemos complicações climáticas de toda a natureza neste ano, acarretando importantes problemas de produção. Tudo isso ao mesmo tempo em que se observa queda quase geral nos preços, trazendo, assim, quadro muito menos animador na ótica do produtor, bem diferente do verificado em igual momento de 2022 e 2023”, comenta Flávio Roberto de França Junior, economista e líder de conteúdo da DATAGRO Grãos.

“Lembrando que, apesar de menores, os custos de produção estão caindo apenas cerca de 15 a 30%, depois de terem subido perto de 100% nos 3 anos anteriores”, complementa.

A DATAGRO Grãos sinaliza uma redução de apensas 0,4% na área a ser semeada com grãos no Brasil neste ano ante a temporada passada, passando de 79,794 milhões de hectares para 79,518 mi de ha, com destaque para as retrações do milho e do trigo – em termos de segmento, o levantamento aponta para forte recuo na área de cereais e aumento na área de oleaginosas.

No caso das duas safras de milho, a consultoria aponta para uma área de 21,259 mi de ha, queda de 8% ante 2023; em relação ao trigo, projeta-se 3,163 mi de ha (-11%). Já para a soja, principal oleaginosa produzida no País, a DATAGRO Grãos estima um aumento de 3% na área plantada, para 45,935 mi de ha, assim como para o arroz, em que a consultoria estima incremento de 5%, para 1,580 mi de ha.

A produção total de grãos foi revisada, passando de 300,334 milhões de toneladas apontadas em abril deste ano para 300,931 mi de t nesta análise. Apesar do incremento, segue muito abaixo da estimativa preliminar de 329,472 mi de t.

Em caso de confirmação, representaria redução de 9,8% na comparação com o recorde da safra anterior, de 333,541 mi de t (número revisado). “Esse volume aconteceria em linha com a expectativa de diminuição da área a ser semeada, pelo positivo nível de utilização de insumos, mas com forte retração na produtividade média em função da irregularidade climática”, avalia o líder de conteúdo da DATAGRO Grãos.

A atual projeção aponta para 147,571 mi de t de soja (-8%); 114,305 mi de t de milho (-16%); 10,650 mi de t de arroz (+5%); 5,200 mi de t de caroço de algodão (+12%); e 10,057 mi de t de trigo (+14%).