União Nacional da Bioenergia

Este site utiliza cookies para garantir que você obtenha a melhor experiência. Ao continuar navegando
você concorda com nossa política de privacidade. Política de Privacidade

Diversas

Brasil vai para o "matadouro" na COP30 e tem risco por estar na vitrine, diz deputado
A avaliação é do deputado federal Arnaldo Jardim (Cidadania-SP), vice-presidente da Frente Parlamentar da Agricultura (FPA). Ele defende um "acordo nacional" para sinalizar o que o país tem feito de bom para o clima
Publicado em 27/06/2024 às 16h24
Foto Notícia
A pouco mais de um ano da realização da 30ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP 30), em Belém (PA), programada para novembro de 2025, o Brasil precisa adotar uma postura mais altiva no enfrentamento do debate sobre a questão climática.

A avaliação é do deputado federal Arnaldo Jardim (Cidadania-SP), vice-presidente da Frente Parlamentar da Agricultura (FPA). Ele participou de uma das mesas do Global Agribusiness Forum (GAF), no Allianz Parque, em São Paulo (SP), nesta quinta-feira (27).

O evento faz parte da programação do Global Agribusiness Festival (GAFFFF), promovido pela consultoria agrícola Datagro, que atua em mais de 50 países, e que conta com o apoio da XP.

Segundo Jardim, a COP30 pode ser uma grande oportunidade para o país mostrar o que tem feito na preservação do meio ambiente e no desenvolvimento da chamada “agenda verde” na economia. Por outro lado, o risco é o de que as discussões da conferência sejam tomadas por críticas e apontamentos sobre problemas do país como o desmatamento e as queimadas.

“Tenho a impressão de que nós estamos indo para o matadouro”, disse o deputado ao participar do painel “Sustentabilidade na Agricultura”, ao lado do embaixador André Aranha Corrêa do Lago, secretário de Clima, Energia e Meio Ambiente do Ministério das Relações Exteriores.

“Nós temos um risco que é estarmos na vitrine. Estaremos na vitrine no ano que vem, durante a COP30. Eu temo que, na COP30, o debate fique centrado em um caso pontual de desmatamento ou um caso específico de alguma outra questão”, afirmou Jardim.

“Eu considero que irmos [para a COP30] do jeito que estamos é absolutamente perigoso. Em vez de expormos as nossas virtudes, falarmos de algumas das nossas mazelas. Esse é o perigo”, alertou o vice-presidente da FPA. “Nós temos as nossas contradições internas e as nossas discussões. Temo que isso se torne o centro do debate na COP30. Acho que não temos o direito de perder essa oportunidade.”

“Pacto nacional”

Tanto para Jardim quanto para Corrêa do Lago, é necessário um “pacto nacional” envolvendo governo federal, governos estaduais, ONGs e especialistas para que o país aproveite a COP30 para se apresentar como um líder global da descarbonização e da sustentabilidade.

“Embasados em um grande acordo nacional, nós devemos ir para a COP30 para mostrar que o Brasil pode ter essa responsabilidade futura em um novo mundo em que a sustentabilidade, a segurança energética e a segurança alimentar serão pilares fundamentais”, defendeu Jardim.

“Concordo plenamente que nós precisamos fazer um pacto nacional”, disse o embaixador. “Temos de nos apresentar, na COP, como um país com uma visão de futuro. É claro que nós temos problemas, como todos os países do mundo têm. Todo mundo sabe muito mais sobre qualquer país que organiza uma COP do que sobre os outros países”, prosseguiu Corrêa do Lago.

O exemplo da Rio-92

O embaixador citou o exemplo da Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e Desenvolvimento, que ficou conhecida como Eco-92 ou Rio-92, realizada no país em 1992.

“Em 1992, o mundo se deu conta de que não era a destruição das florestas que estava causando a mudança do clima. O que leva a isso, principalmente, são as energias fósseis”, disse Corrêa do Lago.
“Se o evento não tivesse acontecido no Brasil, o mundo teria tentado desviar do tema principal. Foi um ato muito corajoso do governo brasileiro naquele momento convidar o resto do mundo.”

Alerta

Um levantamento da WWF-Brasil apontou que biomas brasileiros registraram índices recordes de queimadas no primeiro semestre deste ano.

O Pantanal e o Cerrado somaram a maior quantidade de focos de incêndio para o período desde o início das medições do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), em 1988.

Entre 1º de janeiro a 23 de junho de 2024, o Pantanal teve 3.262 focos de queimadas, o que corresponde a um crescimento de 22 vezes em relação ao mesmo período de 2023 – além do maior número da série histórica do INPE.

Já na Amazônia, foram 12.696 focos de queimadas no mesmo período, uma alta de 76% na comparação anual e o maior número desde 2004.

O evento

O Global Agribusiness Forum (GAF) acontece no Allianz Parque, em São Paulo. O evento é promovido, desde 2012, pela consultoria agrícola Datagro, que atua em mais de 50 países, e conta com o apoio da XP.

O evento deve reunir cerca de 25 mil pessoas e terá uma extensa programação de palestras, seminários e shows.

O GAF faz parte do Global Agribusiness Festival (GAFFFF). O evento foi concebido a partir de quatro pilares: palestras nacionais e internacionais (Forum), feira de negócios com cinco pavilhões e mais de 100 empresas e startups (Fair), experiências gastronômicas com aulas de gastronomia e uma Arena de Fogo (Food), e entretenimento com shows de música sertaneja (Fun).

Entre os palestrantes de maior destaque na programação, estão a ativista e política moçambicana Graça Machel, o físico Marcelo Gleiser e o cientista político Parag Khanna. Ao todo, serão mais de 30 painéis, com mais de 100 palestrantes divididos em dois palcos.
Fábio Matos
Fonte: InfoMoney
Fique informado em tempo real! Clique AQUI e entre no canal do Telegram da Agência UDOP de Notícias.
Notícias de outros veículos são oferecidas como mera prestação de serviço
e não refletem necessariamente a visão da UDOP.
Mais Lidas