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Vale testará caminhões a diesel com etanol após desistir de elétricos
Publicado em 11/07/2024 às 17h12
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A Vale anunciou nesta 5ª feira (11.jul.2024) um acordo pioneiro para desenvolver e testar caminhões movidos a diesel com etanol em suas operações, tornando-os mais sustentáveis. A decisão se dá pouco tempo depois da mineradora ter desistido do projeto de utilizar caminhões e trens elétricos.

A Vale e a Komatsu, indústria japonesa de máquinas pesadas, fecharam parceria com a Cummins, empresa americana que desenvolve soluções na área de energia. O objetivo é testar a mistura de etanol diesel em caminhões de uso fora de estrada, como aqueles usados para transportar minério nas plantas da empresa.

Serão os primeiros caminhões desse porte no mundo –com capacidade entre 230 e 290 toneladas– a rodar com etanol no tanque, num investimento conjunto em pesquisa e desenvolvimento das 3 empresas. Os valores do projeto não foram divulgados.

Até 2023, a Vale vinha divulgando o plano de eletrificar sua frota de trens e caminhões de minério para descarbonizar sua matriz logística. Deixou a ideia em banho-maria diante dos custos e das dificuldades técnicas, passando a estudar o uso de biocombustíveis na frota como uma solução mais eficaz.

O anúncio desta 5ª feira dá início ao Programa Dual Fuel, que deverá contribuir para a Vale atingir suas metas de reduzir as emissões de carbono de escopos 1 e 2 (diretas e indiretas) em 33% até 2030 e zerar suas emissões líquidas até 2050.

Segundo a Vale, os caminhões adaptados utilizarão até 70% de etanol na mistura e a redução nas emissões diretas de CO? será de até 70% em relação aos veículos movidos a diesel.

“Retirar de nossas operações de mina um combustível fóssil como o diesel é fundamental para atingirmos nossas metas de descarbonização”, afirma José Baltazar, diretor de Engenharia para Operações de Mina e Usina da Vale. “A aplicação da solução na frota existente, sem a necessidade de aquisição imediata de novos caminhões, é um excelente caminho para avançarmos com o processo de descarbonização, mantendo também nosso foco em confiabilidade e eficiência produtiva”.

As emissões causadas pelo diesel nas operações de mina respondem por 15% das emissões diretas de CO? da Vale. Entre os equipamentos de mina, o caminhão fora de estrada é o maior consumidor de diesel e, portanto, o maior emissor. A opção pelo etanol se justifica por já ser um combustível adotado em larga escala no Brasil, com uma rede estabelecida de fornecimento.

“Temos de aproveitar a vantagem competitiva do Brasil em biocombustíveis, já que somos um dos maiores produtores mundiais de etanol”, afirma Ludmila Nascimento, diretora de Energia e Descarbonização da Vale. “Com essa parceria, podemos reduzir nossas emissões diretas para 2030 com uma solução competitiva, além de também contribuir para fortalecer essa indústria de baixa emissão no Brasil”.

A Vale também estuda outros combustíveis renováveis. Em 2023, fechou parceria com a Petrobras para desenvolvimento de iniciativas como hidrogênio, metanol verde, biobunker (combustível de navio), amônia verde e diesel renovável. Também abrange tecnologias de captura e armazenamento de CO?.
Geraldo Campos Jr.
Fonte: Poder 360
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