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Marcopolo desenvolve primeiro ônibus híbrido a etanol
A expectativa da companhia é começar a produzir o modelo comercialmente no segundo semestre de 2025
Publicado em 07/08/2024 às 10h09
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A Marcopolo apresentou na tarde desta terça-feira (6) o protótipo do primeiro ônibus híbrido a etanol. A expectativa da companhia é começar a produzir o modelo comercialmente no segundo semestre de 2025, provavelmente na fábrica de São Mateus (ES). O ônibus híbrido a etanol ainda não tem um preço de tabela, mas seu valor deve ficar entre os modelos a combustão tradicionais e o 100% elétrico.

O modelo, da linha Volare, foi apresentado na Lat.Bus, feira do setor realizada em São Paulo. Ele promete autonomia em torno de 450 quilômetros, contra cerca de 250 quilômetros dos veículos 100% elétricos.

O setor já tem modelos híbridos circulando, como por exemplo os que usam o hidrogênio junto com motores diesel ou com uso de gás, mas não associado ao etanol. A ideia de usar o combustível tipicamente brasileiro faz parte da estratégia da empresa de buscar soluções para cada mercado.

André Armaganijan, CEO da Marcopolo, faz um paralelo com o mercado de automóveis. Ele entende que cada país vai encontrar seu caminho na descarbonização e a empresa precisa estar preparada para atender as demandas específicas em cada região.

“A China foi direto para o elétrico, sem passar pelo híbrido. A solução híbrida é interessante, mas o que temos de avaliar é qual híbrido é melhor para o Brasil. Precisamos ver onde o país é forte. Seria no diesel ou etanol? Para o fomento da indústria nacional e para o ambiente, o uso do etanol é muito melhor”, afirma.

Armaganijan entende que a descarbonização do setor tende a ganhar velocidade nas grandes cidades, com o uso do 100% elétrico. Mas em áreas mais afastadas, a dificuldade para instalar infraestrutura de carregamento retarda esse processo. Ele cita, por exemplo, os veículos vendidos dentro do Programa Caminho da Escola, que percorrem amplas regiões rurais onde o veículo elétrico puro teria dificuldades de abastecer.

A Marcopolo tem oito fábricas em seis países, entre próprias e com sócios, uma parceira nos EUA e três unidades no Brasil: duas em Caxias do Sul (RS) e uma no Espírito Santo. Além dos modelos a combustão, produz veículos 100% elétricos e híbridos elétricos/diesel.

Tradicional encarroçadora de ônibus, ou seja, monta a carroceria do veículo sobre chassis fornecidos por multinacionais como Scania e Mercedes, a Marcopolo passou a apostar no desenvolvimento de produtos sobre chassis próprios. O primeiro foi um 100% elétrico.

“Foi um passo importante entrar no elétrico. O desenvolvimento do elétrico permitiu à Marcopolo ter ‘know how’ para apostar em outras soluções de tecnologias”, afirmou Armaganijan. O chassi do modelo híbrido é derivado do chassi criado para o elétrico puro.

A empresa divulgou balanço do segundo trimestre na semana passada, com receita de R$ 1,9 bilhão no período, alta de 43,4% na comparação anual. Entre abril e junho, o lucro atingiu R$ 244,9 milhões, crescimento de 76% na comparação anual. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) avançou 142%, para R$ 383,3 milhões.

Depois de um período de forte queda de produção e vendas provocada pela pandemia, o setor acumula alta de 53,8% no volume produzido no ano até junho, segundo números da Anfavea, associação que reune as montadoras, na comparação anual. Foram 14,6 mil unidades montadas no primeiro semestre. As vendas, no entanto, caem 21,7%, com 8.860 licenciamentos. Os números de julho serão divulgados na quarta (7) pela Anfavea.
Carlos Prieto
Fonte: Valor Econômico
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