União Nacional da Bioenergia

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Inovação e tecnologia impulsionando o futuro do setor bioenergético - Por: Hugo Cagno Filho
Publicado na Revista Opiniões, Ano 21, Número 82, Divisão C, Novembro/24-Janeiro/25.
Publicado em 19/11/2024 às 10h24
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Há muito se discute como a inovação e a tecnologia podem auxiliar no aumento da competitividade dentro do universo sucroenergético. Os avanços tecnológicos da última década nos alçaram a um patamar inigualável em termos de eficiência energética, além de nos colocar em destaque quando o tema é a descarbonização ambiental, tão discutida e ansiada por todos.

No entanto, não podemos permanecer parados em um mundo cada vez mais dinâmico, daí a importância da busca constante por novas tecnologias, hoje associadas inclusive aos recursos da IA (Inteligência Artificial), que se tornarão, muito em breve, aliadas de todo o processo de evolução.

A discussão sobre boas práticas e o compartilhamento de experiências e novas tecnologias sempre estiveram à frente do DNA de nossa UDOP – União Nacional da Bioenergia, que, no próximo ano, celebra quatro décadas de muito trabalho voltado para a disseminação de conhecimentos. Nossa atuação tem sido focada em aproximar a academia (pesquisadores) e nossas associadas, além de propiciar a troca constante de expertises entre as unidades sócias.

Por isso, trazer à tona um debate disruptivo sobre a importância da macrovisão estratégica para uma evolução sustentável do nosso segmento, ainda mais nas preciosas páginas da Revista Opiniões, que tem se consagrado como baluarte de inovação, isenção e pluralismo em diferentes temas, é louvável e de crucial importância.

Permitam-me enumerar o que considero de extrema relevância para uma discussão acalorada sobre a defesa de novas tecnologias e inovações voltadas ao aumento da produtividade em nossas usinas.

Automação de processos: No processo produtivo de açúcar e etanol, a automação de processos é uma realidade já presente há algumas décadas, permitindo que tarefas repetitivas possam ser monitoradas e automatizadas em tempo real. O uso de softwares de automação, robôs e, agora, inteligência artificial possibilita que até mesmo tarefas administrativas sejam automatizadas, trazendo mais segurança nos dados e nas operações.
 
Redução de custos e erros: Outra inovação importante que tem ganhado força em nossas unidades produtoras é a utilização de sistemas tecnológicos que minimizam erros humanos, especialmente em tarefas complexas e detalhistas. Nesse caso, a automação tende a reduzir custos operacionais, ao aumentar a eficiência e reduzir a necessidade de retrabalho. Um exemplo prático amplamente utilizado pelas usinas é o sistema ERP (Enterprise Resource Planning), que integra informações entre departamentos, reduzindo inconsistências nos dados.

Aceleração da tomada de decisões: Ferramentas como Big Data e Análise de Dados são avanços que têm propiciado às empresas acesso a dados em tempo real, agilizando a tomada de decisões rápidas e embasadas. No campo, o uso de plantios automatizados, drones para monitoramento, colheita georreferenciada, entre outras tecnologias, permitiu avanços sem precedentes. Além disso, essas ferramentas são amplamente utilizadas nos ambientes industrial e administrativo/financeiro. A análise preditiva em sistemas de produção, para evitar falhas e planejar manutenção preventiva, também é um exemplo prático do uso dessas inovações.

Comunicação e colaboração mais eficientes: Considerada o grande calcanhar de Aquiles do nosso setor, a comunicação, ou a falta dela, é outro desafio que pode ser superado com o uso de tecnologias e inovações. O uso de ferramentas tecnológicas como plataformas de comunicação instantânea, videoconferências e softwares de gestão de projetos tem melhorado significativamente a coordenação de equipes. A integração dessas ferramentas promove uma colaboração mais eficiente e uma execução mais rápida de projetos.
 
Além disso, nossas entidades coirmãs estão unidas em esforços para ampliar o alcance de campanhas de conscientização e/ou iniciativas em prol de nossos produtos. Cito, por exemplo, a recente campanha liderada pela Unica – União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia, em defesa do etanol, e a campanha que, há anos, a própria UDOP encabeça sobre a prevenção de incêndios rurais, que tanto prejuízo trouxeram para nossas produções neste ano de 2024.

Inovação como diferencial competitivo: A adoção de tecnologia e inovação em alguns processos também tem garantido diferenciais competitivos entre as unidades. O uso da inteligência artificial, por exemplo, na logística de distribuição de produtos, tem gerado grande economia para as unidades que já adotaram essas tecnologias, demonstrando o vasto potencial desse universo tecnológico.
 
Sustentabilidade e eficiência energética: No quesito sustentabilidade e eficiência energética, nosso setor se destaca entre muitos outros, apresentando soluções que atendem aos principais desafios energéticos mundiais. O Brasil é referência mundial nesse tema, graças à adoção, há 50 anos, do etanol como aditivo da gasolina ou até mesmo como combustível para veículos flex, um exemplo seguido por diversos países desenvolvidos.
 
Hoje, indiscutivelmente, a cadeia bioenergética ganhou mais relevância no debate sobre descarbonização, ampliando seu portfólio de produtos verdes e renováveis, essenciais para a mitigação das emissões de gases de efeito estufa - GEE.

Atualmente, produzimos açúcar (energia da vida), etanol de cana, etanol de milho, bioeletricidade, combustível sustentável de aviação (SAF), combustível sustentável para navegação (bunker), biogás/biometano, hidrogênio verde, bioplásticos, entre outros produtos. 

Isso demonstra como nossa cadeia de negócios soube se reinventar ao longo de cinco séculos desde que iniciou suas operações no Brasil. Toda essa evolução só foi possível graças ao uso intensivo de tecnologia, inovação e mecanismos de capacitação e aprendizagem contínuos, que facilitam a ampla troca de conhecimentos, resultando em aprendizado mais ágil e eficaz.

Nosso desafio agora se volta para as transformações digitais e a competitividade global, o que poderá nos alçar à posição de protagonistas de uma mudança geral na forma como o mundo enxerga as energias e suas aplicações no dia a dia.

O futuro começa agora! E a bioenergia é parte indissociável desse futuro! 

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Hugo Cagno Filho
Presidente da UDOP
Fonte: Revista Opiniões
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