União Nacional da Bioenergia

Este site utiliza cookies para garantir que você obtenha a melhor experiência. Ao continuar navegando
você concorda com nossa política de privacidade. Política de Privacidade

Açúcar recua forte em Nova York ao longo de janeiro - Por: Mauricio Muruci
Preços médios de janeiro para Março/25 tiveram queda de 8% no ano, baixa de 10% na margem e queda de quase 8% frente a média dos últimos 5 anos; Movimentos de baixa ocorreram em função de clima favorável ao desenvolvimento da entressafra de cana no Centro-Sul do Brasil com elevados volumes acumulados desde novembro se intensificando em janeiro; Avanço nas safras da Tailândia e China junto a exportações da Índia também reforçaram tendência de baixa nos preços que deverá continuar em fevereiro
Publicado em 07/02/2025 às 11h47
Foto Notícia
Os preços do açúcar bruto em Nova York tiveram o mês de janeiro marcado por intensos ajustes de baixa em sua média geral sobre o período. No ano a média de janeiro, que oscilou em US$/cents 18,95, apresentou queda de 8,44% enquanto que na margem, frente ao mês imediatamente anterior, esta mesma média teve baixa de 10,17%. Além disso, frente a média dos últimos cinco anos sobre o mesmo período, os preços de janeiro se posicionaram 7,80% mais baixos. É interessante lembrar que tanto o comparativo anual quanto o da média de 5 anos se encontram corrigidos pela inflação, com seus preços colocados em valores presentes, não considerando os preços nominais da época.

Para fevereiro a SAFRAS  & Mercado espera que as cotações médias de Maio/25 oscilem ao redor de US$/cents 18,70. Um detalhe que temos que observar será a transição da posição driver da primeira para a segunda tela em Nova York. Isto explica o porque passaremos a desconsiderar a tela Maço/25 e assumiremos a média de Maio/25, ainda que sobre a média de janeiro continue sendo considera a tela Março/25 que dará lugar a Maio/25 na média de fevereiro. Somente por esta troca de mudança de posição driver da primeira para a segunda tela teremos uma pressão de baixa iniciar sobre os preços médios do açúcar.
Historicamente a segunda tela possui níveis de cotações levemente menores que a primeira. Além disso há também a pressão sazonal que é amplamente considerada pelo mercado. Olhando para o Centro-Sul do Brasil os agentes internacionais observam o desenvolvimento de uma entressafra altamente favorável a maturação e ao desenvolvimento dos canaviais. As três condições principais para que eles se desenvolvam [temperaturas elevadas, chuvas e incidência de luz solar intercaladas] têm se mostrado presentes desde novembro.

Além disso é importante lembrar também que as chuvas sobre os canaviais do Centro-Sul começaram com um mês de antecipação, ainda em outubro, quando era para elas terem iniciado somente em novembro. Isto têm mantido os canaviais da região com amplas capacidades de desenvolvimento que neutralizam as perdas com a seca de 2024 vistas entre abril e setembro e das queimadas vistas no final de agosto do mesmo ano. Para fevereiro a SAFRAS & Mercado já publicou um relatório mostrando que tanto os volumes de precipitação quanto a anomalia destes volumes se mostram elevados e acima da média histórica para o período. Isto significa que os preços de Maio/25 seguirão negativamente pressionados em fevereiro, abaixo dos US$/cents 19,00.

No mês anterior a SAFRAS & Mercado havia estimado preços médios para janeiro sobre Março/25 na faixa de US$/cents 19,50 a qual acabou se posicionando 2,91% acima da média efetiva para janeiro que foi de US$/cents 18,95. Para fevereiro a SAFRAS & Mercado estima preços médios na faixa de US$/cents 18,70 que, se confirmada, deverá resultar em uma queda de 1,3% na margem, frente ao mês anterior, agora de janeiro, junto a uma queda de 19% no ano e uma baixa de 9% frente a média de 5 anos sobre o mesmo período, com ambas corrigidas pela inflação, com seus preços colocados em valores presentes.

Outro ponto que seguirá mantendo pressão negativa sobre os preços do açúcar em Nova York será o avanço da safra da Ásia, que estará em sua metade final, com amplo nível de vantagem sobre os acumulados da temporada anterior, como é o caso da China e da Tailândia. A Índia se manteve até janeiro com níveis de déficit no acumulado da safra junto ao seu comparativo anual, que iniciaram janeiro entre -9,5% e finalizaram o mês em -14%.

Porém a SAFRAS & Mercado detém a expectativa que a cana da segunda metade de safra seja marcada por elevado tom produtividade no país, com a cana da segunda metade da entressafra no ano anterior altamente favorecida pelas chuvas intensificadas e prolongadas durante a última temporada de Monções. Isto deverá reforçar o tom de preços mais baixos ao longo de fevereiro.
Mauricio Muruci
Analista pela Safras & Mercado, atua há 12 anos em análise econômica e de mercados agrícolas. Graduando em Ciências Econômicas pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Fique informado em tempo real! Clique AQUI e entre no canal do Telegram da Agência UDOP de Notícias.
Os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores, não representando,
necessariamente, a opinião e os valores defendidos pela UDOP.