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Faesp critica redução de imposto e propõe políticas para fortalecer produtores
Presidente da Faesp aponta medidas para incentivar produção nacional, reduzir custos e fortalecer a agropecuária brasileira
Publicado em 29/01/2025 às 07h35
Foto Notícia
O governo federal estuda uma série de medidas para combater a alta no preço dos alimentos no Brasil, entre elas, a redução das alíquotas do imposto de importação de produtos alimentícios.

Essa iniciativa tem gerado controvérsias, especialmente por parte de representantes do setor agropecuário, pois traz a avaliação implícita do Governo de que há um desequilíbrio entre oferta e demanda ou fixação abusiva de preço pelas empresas do setor.

O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp), Tirso Meirelles, criticou a medida, classificando-a como “erro de avaliação do Governo”. Para ele, incentivar a importação pode prejudicar os produtores brasileiros e desestimular a produção e os investimentos no setor, gerando um problema ainda maior.

“Cabe lembrar o caso recente do arroz, pois os dados de 2024 corroboram a avaliação do setor privado de que não era preciso superestimular as importações, como queria o Governo Federal. O que é preciso é uma política agrícola de longo prazo, é estimular a produção, algo que defendemos há muito tempo”, afirmou Meirelles.

Uma das soluções apontadas pelo presidente da Faesp é o fortalecimento dos estoques reguladores geridos pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Ele destaca que o governo pode adquirir produtos durante períodos de excesso de produção, criando reservas estratégicas, para utilizar em momentos de escassez de oferta. “Esse é um mecanismo que, se bem aplicado, pode trazer mais equilíbrio ao mercado”, explicou.

Contudo, o que realmente faz a diferença é fomentar a oferta de crédito e a gestão de risco, para permitir investimentos e a adoção de novas tecnologias, visando elevar a produtividade e a redução de custos. É atuando nessas variáveis que produtores vêm contribuindo há décadas para reduzir os preços dos alimentos na mesa dos brasileiros.

Alternativamente, o Governo pode atuar para diminuir a tributação doméstica nas cadeias alimentares. Se o objetivo é baratear o custo da alimentação, o Governo pode dar essa contribuição.

Além disso, Meirelles defende a necessidade de melhorar a logística, reduzir as perdas e de adotar medidas que incentivem canais de comercialização mais curtos entre os produtores e os consumidores. Os preços das gôndolas estão muito distantes dos preços recebidos pelos produtores e, além disso, não refletem as reduções de preço na mesma proporção que as elevações.

Para Tirso, além de uma política agrícola mais estruturada, é fundamental criar condições para que os produtores nacionais sejam incentivados e fortalecidos. “Ao invés de fomentar a importação e a produção em outro país ou continente, precisamos cuidar dos nossos produtores, garantindo uma oferta adequada e permanente de recursos para o crédito e o seguro rural”.

As críticas da Faesp refletem as preocupações sobre o impacto de medidas pontuais, como a redução de tarifas de importação que, segundo o setor, podem gerar efeitos adversos para a cadeia produtiva interna. Enquanto o governo segue em busca de soluções imediatas para conter a inflação dos alimentos, especialistas e lideranças do agronegócio apontam para a necessidade de estratégias mais amplas e sustentáveis para garantir segurança alimentar e estabilidade no setor.
 
Fonte: Assessoria Faesp
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