União Nacional da Bioenergia

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O ano em que a safra de cana quebrou e a oferta de etanol bateu recorde
Unica vai voltar a fazer campanha para promover o etanol no mercado interno
Publicado em 29/01/2025 às 08h14
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O ano de 2024 teve a maior oferta histórica de etanol, apesar da forte quebra de safra no Centro-Sul, segundo a União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica). Com isso, o Brasil continuou como o segundo maior produtor mundial de etanol, em um ranking que atualmente é liderado pelos Estados Unidos.

O volume produzido atingiu 36,83 bilhões de litros, 4,4% acima do registrado em 2023. Do total, 7,7 bilhões de litros foram produzidos a partir do milho, representando um aumento de 32,8% em relação ao ano anterior.

“A despeito da gente ter tido uma redução na oferta de cana-de-açúcar em 2024, nós tivemos a maior oferta de etanol”, pontuou Luciano Rodrigues, diretor de inteligência setorial da Unica, em coletiva de imprensa.
O diretor ressaltou que esse crescimento foi explicado por uma maior disponibilidade de etanol de milho, além de um grande estoque de passagem proveniente do ano de 2023.

“A oferta de etanol hidratado cresceu 33% em 2024, um avanço significativo e, com isso, a participação do etanol no consumo total de combustíveis também cresceu”, pontuou.

Ainda conforme a Unica, em 2024, a correlação entre os preços do etanol hidratado em relação à gasolina C foi de 65,3% na média nacional, a melhor competitividade registrada desde 2010. No último ano, o consumo de combustíveis no Brasil atingiu a marca de 59,3 bilhões de litros pela frota de veículos leves. Apenas o consumo de etanol hidratado no país cresceu 5,4 bilhões de litros.

Para Evandro Gussi, presidente executivo da Unica, o grande ativo que o Brasil detém em relação ao etanol é um portfólio de políticas públicas que contribuem para o desenvolvimento do mercado e para contribuir para a escolha do consumidor.
O executivo citou como exemplos a aprovação e sanção de leis, como o Combustível do Futuro, o Mover, o Paten, a reforma tributária e o aperfeiçoamento do RenovaBio. “São passos muito importantes do Congresso e do governo federal rumo à mobilidade sustentável e à economia de baixo carbono", destacou Gussi.

“Um pedaço importante do mundo está vendo que o Brasil está fazendo e pode levar para outros lugares. O Brasil tem muito a aprender em muitos setores, mas em relação a biocombustíveis o Brasil está na vanguarda com a melhor experiência existente”, defendeu.

Mesmo com o forte aumento do consumo de etanol hidratado, a Unica vai realizar neste ano a segunda fase da campanha publicitária “Vai de Etanol”, com foco em conteúdos educativos e de fomento ao consumo de biocombustível, apresentados por Tadeu Schmidt.

“Queremos mostrar ao consumidor que, enquanto outros países começam a seguir o nosso exemplo, o Brasil possui uma solução pronta e economicamente viável para reduzir as emissões de gases de efeito estufa”, disse Gussi.

Segundo levantamento da Unica, desde que a tecnologia flex foi lançada no Brasil, mais de 710 milhões de toneladas de gás carbônico equivalente deixaram de ser lançadas na atmosfera, além dos motoristas terem economizado R$ 130 bilhões pelo uso de etanol desde 2003.

Safra 2024/25

Até 16 de janeiro, a moagem total de cana-de-açúcar no Centro-Sul na safra 2024/25, que será formalmente encerrada em março, recuou 4,9% em relação ao ano safra de 2023/24, totalizando 613,9 milhões de toneladas.

A oferta de açúcar no período recuou 5,5%, para 39,8 milhões de toneladas, enquanto a de etanol anidro caiu 6,7% no período, a 11,9 bilhões de litros. Na contramão, a produção de etanol hidratado cresceu, 9,9%, para 20,9 bilhões de litros, resultando em um aumento da produção total de etanol em 3,2%, para 32,8 bilhões de litros.

Do total da produção de etanol até o momento nesta safra, a parcela produzida a partir da cana-de-açúcar somou 26,4 bilhões de litros, enquanto a produção de etanol de milho alcançou 6,4 bilhões de litros.

No mix de destinação do caldo da cana, a participação do etanol aumentou de 50,9% para 51,8%, com um avanço de 30% na produção do etanol de milho e uma queda de 2% na produção de etanol de cana.

Rodrigues destacou que a safra 2024/25 será inferior à anterior, o que é esperado, já que o ciclo passado registrou a maior colheita da história. No entanto, ele ressaltou que a produção ainda será expressiva, podendo figurar entre as duas ou três maiores já registradas.

Açúcar

Apesar do açúcar ter registrado um prêmio em relação ao etanol ao longo da safra, a produção foi afetada em parte por efeitos na qualidade dos canaviais diante do stress hídrico e queimadas de 2024, prejudicando a produção de açúcar, explicou Rodrigues.

No entanto, as exportações de açúcar bateram recorde em 2024, alcançando um volume de 38,2 milhões de toneladas e US$ 18,61 bilhões de receita. Em 2023, o volume foi de 31,3 milhões de toneladas e US$ 15,75 milhões de receita. A Indonésia foi o principal destino entre os 156 países para os quais o Brasil exportou, recebendo 9% do açúcar brasileiro exportado.
Por Gabriella Weiss — São Paulo
Fonte: Globo Rural
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