União Nacional da Bioenergia

Este site utiliza cookies para garantir que você obtenha a melhor experiência. Ao continuar navegando
você concorda com nossa política de privacidade. Política de Privacidade

Movimentação em portos no país bate recorde em 2024
Publicado em 18/02/2025 às 16h29
Foto Notícia
Os portos brasileiros registraram recorde de movimentação em 2024. Ao todo, 1,32 bilhão de toneladas foram movimentadas, um aumento de 1,18% na comparação com o ano anterior, que já havia atingido o melhor resultado até então. Os dados são do balanço anual da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq).

“Os dados mostram crescimento estruturado, porque repetiram o bom desempenho do ano anterior. Houve uma ligeira queda no fluxo de granéis sólidos, mas os contêineres tiveram expansão bem representativa e foram os grandes responsáveis pelo novo recorde”, afirma Eduardo Nery, diretor-geral da agência, que encerra seu mandato no órgão nesta terça-feira (18).

No ano passado, as cargas de contêineres somaram 153,33 milhões de toneladas, um aumento de 20% na comparação anual.

Nery destaca que o avanço está ligado em parte à migração cada vez maior das commodities ao contêineres, como algodão, açúcar, café e proteína animal. Porém, ele destaca que o aumento de 2024 também teve contribuição de cargas ligadas à indústria. “Vimos a importação crescendo, com aumento em bens que são insumos para a indústria”, afirma.

Das cargas movimentadas em contêineres, o maior fluxo veio dos segmentos de plásticos, produtos químicos orgânicos e ferro e aço, segundo os dados.

Entre os portos públicos, o que teve a maior movimentação foi o de Santos, com total de 138,69 milhões de toneladas, volume 2,05% maior do que em 2023.

Em termos percentuais, o porto que teve maior crescimento foi o de Salvador, com avanço de 41,18% de fluxo, alcançando o total de 6,6 milhões de toneladas. A alta foi impulsionada pelos fertilizantes, que somaram 788,5 mil toneladas, expansão de 210,22%, e por contêineres, que avançaram 36,81%, alcançando 5,2 milhões de toneladas.

“Este avanço tem a ver com os gargalos nos terminais de contêineres em Santos e em Santa Catarina do ano passado. Praticamente todos os terminais de contêineres do país tiveram crescimento, aqueles que tinham capacidade ociosa tiveram um aumento maior”, diz Nery.

O único tipo de operação de navegação que teve queda em 2024 foi a fluvial no interior do país, que caiu 9,58%, para 75,93 milhões de toneladas, enquanto o longo curso e a cabotagem (pela costa) tiveram aumentos. Segundo o diretor-geral, o motivo foram as secas que impactaram as hidrovias do Paraguai e do Amazonas.

No caso do rio Paraguai, a situação foi a mais grave: a hidrovia movimentou 3,3 milhões de toneladas, 58,24% a menos do que no ano anterior. “Na região Norte, a seca também foi severa, até pior do que em 2023. Mas, no ano passado, houve menos problemas porque as empresas se prepararam, adiantaram pedidos, além da infraestrutura provisória que foi montada”, diz.

“Por isso as concessões de hidrovias são tão importantes: se houvesse investimentos em dragagem, não teríamos os mesmos impactos que tivemos”, afirma. Hoje, a Antaq tem aberta a consulta pública do que poderá ser a primeira concessão hidroviária, justamente no rio Paraguai.

Para 2025, a projeção do órgão regulador é um novo crescimento no volume de cargas, mesmo com o cenário macroeconômico desafiador. A Antaq prevê fluxo de 1,34 bilhão de toneladas neste ano e de 1,39 bilhão em 2026.

“A demanda deve continuar aquecida. O contêiner deve permanecer crescendo. A não ser que tenha algum fato novo de guerras comerciais, algum ‘efeito Trump’, a expectativa é que as commodities sigam crescendo”, afirma Nery.
Fonte: Valor Econômico
Fique informado em tempo real! Clique AQUI e entre no canal do Telegram da Agência UDOP de Notícias.
Notícias de outros veículos são oferecidas como mera prestação de serviço
e não refletem necessariamente a visão da UDOP.
Mais Lidas