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Fávaro diz a empresários e entidades do agro que governo não vai controlar exportações
Setor temia eventuais aplicações de cotas e taxações sobre as exportações para combater inflação de alimentos; medida continua no radar de uma ala do governo
Publicado em 28/02/2025 às 11h24
Foto Notícia
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, afirmou na quinta-feira, 27, a exportadores, empresários e entidades do agronegócio que o governo não vai adotar medidas de controle de exportações. Fávaro recebeu representantes do setor de açúcar e etanol, biodiesel e carnes e assegurou a eles que "isso não vai ocorrer", relataram ao Estadão/Broadcast integrantes que participaram das reuniões. A medida é defendida por uma ala do governo como ação para enfrentamento da inflação de alimentos.

De acordo com interlocutores, a negativa à limitação de exportações foi repetida por Fávaro ao longo das três reuniões que teve com representantes do setor e se estenderam até as 22h30. O tema foi um dos mais sensíveis levados pelos representantes do setor ao ministro, que temiam eventuais aplicações de cotas e taxações sobre as exportações, após crescer ideia neste sentido no entorno do Palácio do Planalto.

O Estadão/Broadcast apurou que Fávaro chamou o setor justamente para alinhar medidas viáveis de serem implementadas com potencial redução dos preços dos alimentos básicos para tirar da pauta medidas de controle das vendas externas. Nos encontros, o governo pediu um aceno do agro com medidas concretas para baixar os preços dos alimentos.

Além de Fávaro, outros representantes do governo estavam presentes na reunião com o setor produtivo. Também participaram dos encontros o ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, o secretário especial de Análise Governamental da Casa Civil, Bruno Moretti, o presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Edegar Pretto, o secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Guilherme Mello, o subsecretário de Política Agrícola e Negócios Agroambientais do Ministério da Fazenda, Gilson Bittencourt.

Apesar da negativa do ministro, a medida continua no radar de uma ala do governo, que defende medidas heterodoxas para o barateamento dos preços dos alimentos. A ideia é rejeitada pela equipe econômica, pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) e pelo Ministério da Agricultura, que veem a proposta de "comércio administrado" como "descabida".
Isadora Duarte
Fonte: Estadão Conteúdo
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