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Produção de açúcar deve crescer na safra de cana 2025/26, diz Datagro
Colheita é projetada em 607,6 milhões de toneladas, uma redução de 1,4% em relação a 2024/25
Publicado em 14/05/2025 às 16h41
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As previsões iniciais eram de perdas mais expressivas na cana por conta dos incêndios que afetaram 450 mil hectares no ano passado
Foto: Wenderson Araújo/CNA
A safra de cana-de-açúcar do Brasil 2025/26 deve ser similar à da temporada passada, mas com uim aumento de 5,9% na produção de açúcar, estima a consultoria Datagro.

A produção de cana-de-açúcar está projetada para 607,6 milhões de toneladas, o que representa uma redução de 1,4% em relação ao ciclo 2024/25. As previsões iniciais eram de perdas mais expressivas por conta dos incêndios que afetaram 450 mil hectares com cana no ano passado.

“Toda a seca e os incêndios geraram atraso no desenvolvimento fisiológico das lavouras, retardando o início da moagem, para dar tempo da cana-de-açúcar se desenvolver. E esse atraso ajuda na construção do número da safra”, afirmou Plínio Nastari, presidente e analista-chefe da Datagro, durante a Conferência Citi Iso Datagro NY Sugar & Ethanol, em Nova York, com transmissão on-line.

Ele acrescentou que, no ciclo 2024/25, a moagem chegou a 621,8 milhões de toneladas por conta do maior volume de cana bisada (colhida em safra anterior), de 23,5 milhões de toneladas. Para o ciclo atual, o volume estimado de cana bisada é de 8 milhões de toneladas.

De acordo com a consultoria, houve atraso na moagem de cana-de-açúcar da safra 2025/26 na segunda quinzena de abril, por conta das chuvas acima da média histórica na região Centro-Sul. Em abril, a moagem atingiu 34,2 milhões de toneladas, ante 51,1 milhões de toneladas no mesmo período do ano passado.

Apesar do atraso, disse Plínio, o nível de chuvas está muito similar ao registrado na safra 2022/23, levando a uma expectativa de boa produtividade.

A consultoria prevê estabilidade no teor de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR), ficando em 140 quilos de ATR por tonelada de cana-de-açúcar.

Em relação à produção de açúcar e álcool, a Datagro estima um aumento de 5,9% para o açúcar, para 42,04 milhões de toneladas, e redução de 0,2% na produção de etanol, para 34,53 bilhões de litros. A safra tende a ser mais açucareira, com a produção da commodity respondendo por 51,5% da safra, contra 48,1% no ciclo passado.

Se essa produção se confirmar, o Brasil vai contribuir para que o mercado global de açúcar tenha um superávit de 1,53 milhão de toneladas na oferta de açúcar na safra 2025/26, contra um déficit de 4,67 milhões de toneladas no ciclo anterior.

Preços internacionais

Nastari observou que os preços internacionais do açúcar estão baixos, desestimulando as exportações por países menos competitivos. “É preciso ter um preço a partir de 25 centavos de dólar por libra-peso para estimular o aumento da capacidade produtiva. Hoje, o preço a 18,22 centavos de dólar não é atrativo”, diz o consultor.

Ele observou que o Brasil tem o menor custo de produção do açúcar, ficando em 15,44 centavos de dólar por libra-peso. Os principais concorrentes têm custos mais altos: 18,28 cents na Austrália, 19,80 centavos de dólar na Guatemala, 21,53 cents na Tailândia, 22,42 cents na Índia e 23,48 cents na França.

Para o etanol de cana-de-açúcar, a expectativa é de aumento de 3,2% na produção do etanol anidro, para 12,76 bilhões de litros, e redução de 2,2% na produção do álcool hidratado, para 21,77 bilhões de litros.

Em relação ao etanol de milho, a Datagro projeta crescimento de 24,5% na produção, para 10,16 bilhões de litros, sendo 7 bilhões de litros de etanol hidratado (alta de 29,6%) e 3,16 bilhões de litros de anidro (aumento de 14,5%).

Nastari diz que os preços do etanol têm se mantido firmes no mercado interno e há perspectiva sustentação nos preços com a demanda aquecida pelo etanol hidratado e pelo potencial de aumento do consumo do anidro, caso seja adotada a mistura de 30% de etanol na gasolina, ante atuais 27%.
Cibelle Bouças
Fonte: Globo Rural
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