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Castlelake e Grupo Teston negociam compra de usinas da Renuka em leilão, dizem fontes
Publicado em 14/11/2018 às 17h19
O Castlelake, fundo de investimento sediado nos Estados Unidos, e o Grupo Teston, fabricante de equipamentos agrícolas com operações no Paraná, já estão em conversas e são os mais bem posicionados para adquirir as usinas de cana-de-açúcar que a Renuka leiloará em 18 de dezembro, disseram duas fontes à Reuters.

Os editais dos certames foram publicados na véspera e versam sobre a alienação das unidades Revati, em Brejo Alegre (SP), e Vale do Ivaí, em São Pedro do Ivaí (PR), sem lances mínimos. Enquanto a primeira é operada pela Renuka do Brasil, a segunda está nas mãos da Renuka Vale do Ivaí.

Ambas pertencem à indiana Shree Renuka Sugars, que iniciou investimentos no Brasil em 2010 e foi atingida por baixas cotações do açúcar e controle de preços dos combustíveis em governo anteriores, algo que prejudicou o setor sucroenergético como um todo. O endividamento somado das duas beira os 4 bilhões de reais.

Conforme uma das fontes, que pediu para não ser identificada, o insucesso de um dos certames pode levar tudo a perder, já que as companhias em recuperação judicial pertencem a um mesmo grupo estrangeiro.

"Se um (leilão) der certo e o outro, não, uma empresa arrasta a outra para a falência", afirmou a fonte, que acompanha o processo.

O Castlelake, segundo já noticiado pela Reuters, está interessado na Revati, que tem capacidade para processar 4 milhões de toneladas de cana por safra. O fundo tem até planos de comprar mais usinas no Brasil.

De acordo com uma segunda fonte, o interesse do Castlelake, que se define como uma empresa "focada em ativos alternativos, empréstimos problemáticos, indústrias deslocadas e situações especiais", segue firme desde que deu início a conversas e até visitas junto a representantes da Revati neste ano.

Há outros dois fundos também sondando a usina, mas sem o mesmo apetite, segundo a fonte, que não revelou nomes.

Já no Paraná, desponta o Grupo Teston, que fabrica, dentre outros equipamentos, transbordos para a cana colhida. A empresa tem sede em Cianorte, no oeste paranaense, bem perto de São Pedro do Ivaí —proximidade esta que teria elevado seu interesse pela unidade da Renuka, disse a primeira fonte.

Procurados pela Reuters, a Shree Renuka Sugars, o Castlelake e o Grupo Teston não responderam de imediato.

Caso as vendas se concretizem, a Renuka ainda continuaria com duas usinas no país. A Madhu, da Renuka do Brasil, em Promissão (SP), tende a ser vendida em até três anos, de acordo com o já estipulado no plano de recuperação judicial. A outra unidade seria a de Cambuí, em Marialva (PR), que a Shree Renuka Sugars também tende a se desfazer no futuro.

A tendência é de que ambas sigam operando com moagem reduzida, dada a menor disponibilidade de cana após perda de contratos com fornecedores. A Madhu, por exemplo, deve moer de 3 a 3,5 milhões de toneladas na safra vigente, abaixo do potencial instalado de cerca de 6 milhões.
José Roberto Gomes
Fonte: Reuters
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