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CTC divulga relatório com o diagnóstico sobre florescimento da cana-de-açúcar
Publicado em 29/04/2021 às 09h46
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O CTC -- Centro de Tecnologia Canavieira divulgou nesta quinta-feira (29) seu relatório de possibilidade de florescimento da cana-de-açúcar em 2021. No documento, o CTC faz uma análise do comportamento dos parâmetros que afetam o florescimento da cana-de-açúcar como: fotoperíodo, temperatura e a umidade do solo, referente ao último período indutivo. Veja o relatório completo aqui.

Segundo o relatório, o florescimento das variedades de cana-de-açúcar é um fenômeno que afeta negativamente a produtividade dos canaviais. Devido às dificuldades que o setor vem enfrentando há alguns anos, o tema tornou-se ainda mais relevante frente ao receio de quedas na produção.

"Entre os fatores que afetam o florescimento da cana-de-açúcar, podem-se destacar o fotoperíodo (comprimento do dia), a temperatura e a umidade do solo. Assim, o acompanhamento destes fatores possui extrema importância para que se possa antever a ocorrência deste fenômeno e tomar medidas corretivas quando necessário", destacam os pesquisadores do CTC.

Na explicação do fenômeno, o Centro de Tecnologia Canavieira enumera ainda que as condições de fotoperíodo são influenciadas pela latitude, o que afeta a quantidade de luz que determinada região recebe por dia, influenciando assim o comprimento do dia e da noite. "Melhores condições de florescimento são encontradas em regiões de latitudes mais baixas (mais próximas à linha do Equador) e a época crítica para a indução ocorre quando o período de luminosidade tem duração de 12,5 horas. Para que o florescimento aconteça, é necessário que ocorram, pelo menos, 10 dias ininterruptos com esta condição".

Cabe salientar que, o efeito de um dia desfavorável entre vários dias favoráveis, reduz o florescimento, mas não o inibe se o número de dias favoráveis for significativo.

Sobre a temperatura, as condições ideais para o florescimento, ainda segundo o relatório, são encontradas entre 18ºC e 32ºC. "Por fim, o último fator que também tem grande influência para a ocorrência deste fenômeno é a umidade do solo. A falta de água antes e durante o período do início do processo de florescimento reduz ou inibe sua ocorrência. Caso essa falta de água venha relacionada com altas temperaturas, o efeito de inibição será ainda maior".

Perda de produção

O relatório do CTC aponta ainda que quando o florescimento ocorre, perdas de produção significativas são notadas na lavoura. "O efeito deste fenômeno foi verificado em um experimento com variedades de cana, no qual o florescimento foi controlado com o uso de luz para interrupção do comprimento da noite. Os resultados obtidos demonstraram uma redução de 6,8% no peso da cana, perda de 3% no conteúdo de sacarose e diminuição de 9,4% na quantidade de açúcar nas canas florescidas (Berding e Hurney, 2005)".

"Outra questão relevante com relação às perdas é o tempo em que a variedade florescida permanece no campo até ser colhida. Quanto mais tempo a cana ficar no campo, maiores forem as temperaturas e menor for a disponibilidade de água, maior poderá ser o comprometimento na produtividade de açúcar. Outro fator que influencia as perdas é o padrão de desenvolvimento da variedade. A diferença entre as variedades na deterioração da sacarose é considerável e uma das características relacionadas a essa diferença é a porcentagem de colmos florescidos", destacam os pesquisadores.

Diagnóstico final

Com a análise dos dados estatísticos, os pesquisadores do CTC concluíram que é possível que, durante o período indutivo do ano atual, as regiões mais próximas à linha do Equador tiveram um período indutivo maior e, consequentemente, maior probabilidade de florescimento, o que já é normal para o setor.

"Nas demais regiões produtoras, embora as condições de temperatura tenham sido favoráveis, houve um prolongado déficit hídrico no norte do estado de São Paulo, triângulo mineiro e Goiás, fazendo com que a probabilidade de florescimento seja maior em áreas que possuem um solo com maior capacidade de armazenamento de água e que tenha chovido mais que a média da região à sua volta", destacam.

"Sendo assim, devemos ter um ano semelhante ao de 2020 em termos de probabilidade de florescimento, com ocorrências mais locais nas áreas de média probabilidade e com chances maiores nas regiões de alta probabilidade", finaliza o documento.


Para ter acesso ao relatório completo clique aqui.
Rogério Mian
Fonte: Agência UDOP de Notícias
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