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Vibra Energia terá trading de derivados no próximo ano
Publicado em 17/11/2021 às 12h18
A Vibra Energia pretende começar a operar, no começo de 2022, uma trading de derivados que deve aumentar a competitividade da empresa nas importações de combustíveis no mercado internacional, disse ontem o diretor financeiro da companhia, André Natal. A montagem da nova área de comercialização ocorre em momento em que importadores privados acusam a Petrobras de praticar preços abaixo da paridade internacional, reduzindo a competitividade das tradings.

Natal, contudo, acredita que a defasagem dos preços da estatal em relação ao preço de paridade de importação (PPI) é conjuntural, "sem dano maior" à Vibra. O executivo entende ainda que a perda de participação de mercado dos importadores privados pode dificultar os negócios de distribuidoras menores e postos de bandeira branca, que, no passado, sobretudo entre 2016 e 2017, ganharam "market share" baseados na importação de derivados muitas vezes a preços mais baixos que aqueles praticados pela Petrobras.

Com a atual defasagem dos preços da estatal para o mercado internacional, no entanto, a situação se inverteu. As distribuidoras menores e os postos bandeira branca, em geral, não possuem tradings próprias e dependem de importadores privados que, por sua vez, dizem que a Petrobras está segurando reajustes sistematicamente ao longo de 2021, desequilibrando o mercado. A Stonex estima que a petroleira estava vendendo o litro do diesel, ontem, a um preço R$ 0,15 abaixo da paridade internacional, enquanto a defasagem, na gasolina, era de R$ 0,05 o litro.

Em um ano, entre o terceiro trimestre de 2020 e igual período de 2021, a Vibra avançou 2,5 pontos percentuais na fatia do mercado. Natal afirma que a empresa, porém, não perseguirá um aumento de "market share" por si só. Segundo ele, a companhia pretende buscar o equilíbrio entre eventuais ganhos de fatia de mercado e margem. "Será um jogo de equilíbrio", comentou o executivo, ontem, em teleconferência com investidores.

O diretor da Vibra disse que, diante da defasagem praticada pela Petrobras, é natural que as distribuidoras busquem extrair a "última gota do refino doméstico", em busca de preços mais competitivos. Não à toa, a petroleira brasileira chegou a recusar parte das encomendas das empresas do setor para novembro, sob a alegação de que houve uma "demanda atípica" por parte das distribuidoras.

Segundo Natal, a Vibra tem buscado equilibrar as fontes de suprimento e se mantido ativa nas importações, sem prejuízos, apesar da defasagem da Petrobras. "Estamos conseguindo precificar [os custos maiores com importação] na ponta", disse.

O executivo disse também que confia que os preços da Petrobras vão voltar à paridade. "Não perdemos a crença na paridade no prazo longo. O Brasil não vai divergir disso novamente, é nisso que acreditamos."

Natal acredita que a mesa de trading que a Vibra está estruturando internamente dará à distribuidora mais flexibilidade nas operações no mercado internacional e que, assim, contribuirá para aumentar a competitividade dos produtos vendidos pela empresa.

Sobre a diversificação dos negócios da Vibra, de olho no movimento de transição energética, Natal afirmou que a empresa participa de "diversas frentes" de oportunidades de aquisições e parcerias. Sobre os negócios anunciados, a expectativa é que a compra de 50% da comercializadora de energia Comerc seja concluída até fevereiro.

O presidente da distribuidora, Wilson Ferreira Jr., disse também que espera para os próximos dias a conclusão da análise do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) sobre a joint venture com a Lojas Americanas na área de lojas de conveniência e que a parceria com a Copersucar para a comercialização de etanol deve começar a operar na próxima safra.

Segundo Ferreira Jr., a empresa mira também o negócio de carregamento de veículos elétricos. O plano de crescimento da companhia no segmento, no entanto, será executado com cautela. "Quando o mercado existir, vamos estar lá, mas seremos cautelosos no crescimento."
Fonte: Valor Econômico
Texto extraído do boletim SCA
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