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Petrobras alinha preço do diesel ao importado
Publicado em 23/03/2023 às 09h04
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O recuo do preço do diesel, anunciado nesta quarta-feira (22) pela Petrobras, mostra que a estatal mantém, ao menos por ora, o alinhamento com o Preço de Paridade de Importação (PPI), disseram fontes consultadas pelo Valor. A empresa vai reduzir, a partir de hoje (23), em R$ 0,18 o preço do litro do combustível nas refinarias, que passará de R$ 4,02 para R$ 3,84, queda equivalente a 4,48%.

É a terceira queda do preço do diesel promovida pela estatal neste ano. A primeira foi anunciada no dia 7 de fevereiro, quando a estatal reduziu o preço do combustível em 8,7%. A segunda foi no dia 28 de fevereiro, ocasião em que a petroleira anunciou baixa de 1,95%. No ano, o diesel acumula queda de 14,48%.

Com o movimento de ontem, a Petrobras praticamente zera a diferença para o custo do diesel importado. Segundo a consultoria Stone X, os preços da estatal nas refinarias estão, em média, 0,1% abaixo do PPI, o equivalente a uma diferença de R$ 0,0061 por litro em relação ao produto importado. No fechamento de terça-feira, esse valor estava R$ 0,22 acima do PPI, ou 5,6%. Pedro Shinzato, consultor em gerenciamento de risco da StoneX, diz que a redução anunciada ontem foi "técnica". "Ainda estamos sob a regra do PPI", resumiu.

O especialista diz que a definição de preços dos derivados "é um ponto delicado" na atual conjuntura. Segundo ele, em meados da década passada a estatal fornecia quase 100% dos derivados do país - via refinarias ou via importação. Hoje, a empresa supre entre 60% e 70% do volume do mercado, enquanto as importadoras e outras refinarias, inclusive as privatizadas, atendem o restante. "Hoje a Petrobras fornece cerca de dois terços da demanda e é muito difícil pensar como poderia funcionar o mercado se a Petrobras não estivesse seguindo a paridade de importação", diz Shinzato. Ele afirma que é mais "confortável" seguir o PPI quando o preço está caindo. "Quando sobe, é mais dolorido.

André Vidal, chefe de óleo, gás e materiais básicos da XP Investimentos, também diz que a redução no preço do óleo diesel nas refinarias está em linha com a prática da Petrobras de promover o PPI, com alguma defasagem temporal. Segundo ele, na segunda-feira (20), a instituição via o PPI do diesel na casa de R$ 3,69 por litro, contra preço de R$ 4,06 por litro praticado pela companhia, o que correspondia a um prêmio de 9,1%, ou R$ 0,37 por litro.

Segundo ele, o petróleo tipo Brent tem verificado recuperação nos últimos dias: "E hoje, os dados dos EUA mostram uma redução nos estoques de diesel no país", afirmou. Ele lembra que a greve na França por causa da reforma da previdência tem afetado a produção nas refinarias do país. "Os preços do diesel e gasolina nos mercados internacionais podem subir."

Segundo fonte que falou na condição de anonimato, a queda nos preços do diesel ocorreu porque a Petrobras tinha espaço para o corte, que foi atenuado pela alta margem de refino. Ele observou que a cotação do Brent caiu nas últimas semanas de um patamar de US$ 85 para US$ 73 o barril, viabilizando o corte nos preços. No ano, o Brent caiu 12,4%, enquanto o dólar subiu 1,06%.

Para os analistas Bruno Amorim, João Frizo e Guilherme Costa Martins, do Goldman Sachs, os preços do diesel ficaram em linha com os praticados na costa do Golfo do México americano, enquanto a gasolina tem preços 12% acima dos verificados na região. Além disso, os analistas veem margem de refino de US$ 42 por barril para o diesel, e de US$ 22 por barril para a gasolina. "Isso nos leva a crer que as margens de refino consolidadas para a Petrobras permanecem em níveis saudáveis", afirmaram.

O presidente-executivo da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), Sérgio Araújo, afirmou, por sua vez, que os preços do óleo diesel praticados pelas refinarias da Petrobras no mercado interno apresentavam espaço para cortes, mas não da magnitude anunciada. Segundo ele, os cálculos da entidade projetavam, antes do anúncio da redução em R$ 0,18 por litro do diesel, uma defasagem de R$ 0,10 por litro nos polos da estatal, em comparação com o PPI. "É possível que na próxima semana, a Petrobras produza anúncio de um novo reajuste, desta vez para aumento, não para redução", avalia Araújo.

O executivo salientou que o mercado externo continua volátil, com notícias que envolvem perspectiva de retomada de atividades na China, que puxou os preços para cima, seguidas dos relatos da crise envolvendo bancos.
Fonte: Valor Econômico
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