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Para Cosan, proposta da Petrobras vai no caminho correto
Publicado em 17/05/2023 às 08h53
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Luiz Henrique Guimarães, presidente: Proposta da estatal de competir com a melhor oferta "é a maneira correta de olhar o assunto" de preços dos combustíveis
Foto: Silvia Costanti/Valor
A primeira leitura do comunicado sobre a nova estratégia de preços da Petrobras indica que a estatal "está indo no caminho certo", com orientação ao mercado, disse ontem o presidente da Cosan, Luis Henrique Guimarães. Um dos maiores conglomerados brasileiros, o grupo controla a Raízen, umas das principais distribuidoras de combustíveis e maior produtora de etanol no país, junto com a Shell.

Na véspera, o comando da Raízen já havia indicado que avalia todas as oportunidades de acesso a diesel e gasolina - o que vale mais para efeitos de importação - e que os novos termos da estatal iriam determinar essa relação entre compras domésticas e externas.

"Na nossa leitura, o que a Petrobras vai fazer é competir com a melhor oferta de cada pacote. É a maneira correta de olhar o assunto", disse Guimarães, em teleconferência com analistas para comentar os resultados da Cosan no primeiro trimestre.

De janeiro a março, o grupo teve receita líquida de R$ 37,16 bilhões, alta de 7% na comparação anual, e resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado mais de duas vezes maior, de R$ 5,77 bilhões, com melhora em todos os negócios.

O resultado final, contudo, foi afetado pelo reconhecimento de uma provisão de R$ 1,5 bilhão, referente à exclusão de benefícios fiscais na base de cálculo do IRPJ e CSLL com efeito na Moove e na Compass (Comgás). Com isso, no trimestre, a holding teve prejuízo de R$ 904 milhões - ou de R$ 11,5 milhões com ajuste.

Para a equipe de análise do BTG Pactual, os resultados da Cosan foram fracos, pressionados pelo desempenho da Compass e por maiores despesas no período, só em parte compensados pelos ganhos com dividendos da Vale e performance das outras companhias do conglomerado.

Segundo Guimarães, a Cosan manterá postura ativa de gestão de seus investimentos, avaliando a venda de fatia ou da totalidade de sua participação em controladas, bem como de ativos dessas empresas que não façam mais tanto sentido estratégico para o negócio. Para Compass e Moove, empresas de gás e energia e de lubrificantes do grupo, a disposição é deixá-las "sempre prontas" para a chegada de novos sócios, via mercado tradicional, com uma oferta inicial de ações (IPO), ou via operação privada.

Dentro das companhias, a discussão mais relevante é a monetização de ativos que teriam mais valor para terceiros, contribuindo para melhorar a estrutura de capital do grupo ou fazer frente a novos investimentos. "Vamos gerar recursos adicionais através de desinvestimentos, seja atraindo sócios nas empresas abaixo [do guardachuva da holding] ou vendendo ativos de maneira total ou parcial", comentou Guimarães.

Na Commit, joint venture entre Compass e Mitsui Gás e Energia que assumiu as distribuidoras de gás que pertenciam à Gaspetro, a meta é vender ainda em 2023 as cinco operações do Nordeste, conforme compromisso assumido com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Guimarães ponderou que há condições precedentes, que não dependem somente da Cosan, entre as quais a cisão dos ativos. O Valor informou, no início do mês, que o órgão questionou as sócias sobre a venda, após manifestação da Infra Gás e Energia, que negocia a compra das distribuidoras nordestinas.

Conforme o executivo, o grupo permanece otimista com o investimento realizado na Vale no ano passado e uma primeira etapa "importante", de participar da formação do novo conselho da mineradora, foi cumprida. "Nada mudou em relação à convicção de nossos investimentos na Vale", disse.

Neste momento, a decisão é a de não elevar posição na mineradora, com a compra da fatia adicional de 1,6%, para não pressionar a dívida do grupo. E porque a Cosan está confortável com a posição de acionista detentora de 4,9% das ações, ressaltou.

No primeiro trimestre, a Cosan recebeu R$ 402 milhões em dividendos da Vale, com impacto positivo no Ebitda. Desse total, R$ 215 milhões foram repassados aos bancos que estruturaram as operações financeiras que viabilizaram a aquisição. Com a marcação a mercado da posição acionária na mineradora e dos derivativos associados à operação, contudo, o impacto do investimento no resultado foi negativo em R$ 207 milhões no trimestre.

Guimarães ressaltou que a meta era participar da governança da Vale, o que se concretizou com a eleição da chapa que integra o conselho. "O processo foi conduzido de maneira clara e sem maiores questões na assembleia, que acabou elegendo um conjunto de conselheiros muito sólido e com conhecimentos diversos", disse.

A partir de agora, o foco está em verificar se as teses de destravamento de valor na mineradora vão se confirmar, ponderou. "É um modelo diferente do que usamos no passado, que sempre foi de controle ou cocontrole [das empresas investidas], mas dado o tamanho da companhia tivemos de escolher um caminho de trabalho em conjunto e alinhamento de objetivos com outros acionistas. Temos de ver se esse modelo vai funcionar", acrescentou.
Fonte: Valor Econômico
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