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O mês de maio foi um período de ampliação da desvantagem do etanol hidratado no mercado físico [com base em Ribeirão Preto] contra o açúcar bruto de Nova York, quando todos convertidos em centavos de dólar por libra-peso e colocados dentro da usina. Este aumento no diferencial do hidratado frente ao açúcar ocorreu pelo conjunto de fatores mais desfavoráveis aos preços do etanol do que do açúcar. Primeiro tivemos quedas nos preços físicos em reais por litro para o etanol que recuou 10,65% entre abril e maio. Parte desta queda fora neutralizada pela valorização do real frente ao dólar que teve avanço de 0,82% no mesmo período. Isto fez com que em centavos de dólar por libra-peso o hidratado tivesse uma baixa um pouco menor, na faixa de 9,43%.

Além disso os preços médios dos contratos de Cbios tiveram ganhos moderados entre abril e maio, avançando 5,41% ao sair de R$ 95,74 para R$ 100,92 o contrato, na média do mês. Estes ganhos nos preços de negociação do Cbios ajudaram também a neutralizar parte da baixa original por parte do recuo nos preços do hidratado no mercado físico. Porém, na outra ponta, em vetor totalmente oposto, tivemos o açúcar bruto em Nova York ainda com ganhos residuais das altas vistas desde abril, com valorização de 7,74% entre abril e maio. Dando uma força para o etanol, mas prejudicando o açúcar, tivemos uma queda de 4,52% no basis pago sobre as exportações de VHP em Santos que saíram da faixa de 0,66 cents para 0,63 cents entre abril e maio.

Mesmo assim é importante lembrar que o vetor principal foi o de baixa no etanol hidratado na faixa de 9,43% e de alta no açúcar em Nova York na faixa de 7,74%, o que acabou invariavelmente ampliando o diferencial do hidratado frente ao açúcar de Nova York de -23,71% para -36,15% entre abril e maio. No mês passado a expectativa da SAFRAS & Mercado era de ampliação dos diferenciais para a faixa de 31,89%, ficando apenas 4,26 pontos porcentuais acima da correlação efetiva vista no período. Para junho a SAFRAS & Mercado estima um cenário ainda de diferenciais por parte do hidratado quando comparado com o açúcar de Nova York, porém na faixa um pouco menor de -26,01%.

Isto acontecerá devido a uma queda bem mais intensa a ser vista no açúcar de Nova York [-10,71%] do que a baixa a ser observada no etanol hidratado no mercado físico [-1,71%]. Além disso o hidratado terá um suporte muito alto por parte dos ganhos fortes nos contratos de Cbios que devem avançar 34% ao sair da média de R$ 100,92 para a faixa de R$ 136,00 por contrato. Além disso do dólar deverá dar a sua contribuição ao etanol se valorizando marginalmente entre maio e junho [0,55%] ao sair de R$ 4,98 para R$ 4,95. Por fim temos expectativas de enfraquecimento no basis sobre a exportação do VHP em Santos que deverá recuar 52% ao sair de 0,63 cents para 0,30 cents.