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Volatilidade marca mercado de açúcar em NY e no Brasil
Publicado em 26/01/2024 às 14h21
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A quarta semana de janeiro foi marcada por muita volatilidade para o açúcar na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) e no mercado físico brasileiro. Também houve a atualização dos dados da UNICA (União da Indústria da Cana-de-Açúcar e Bioenergia) para a moagem de cana no Brasil, o que sempre mexe com o mercado.

O consultor de SAFRAS & Mercado, Maurício Muruci, destaca que em NY, o contrato março partiu da base dos US$/cents 22,00 para a proximidade com sua máxima de curto prazo em US$/cents 25,00, chegando a acumular alta de 13% dentro da semana. Esses ganhos foram parcialmente devolvidos ao final do período. Ainda assim, Março/24 encerrou a quarta semana de janeiro próximo de suas máximas recentes.

Em NY, Muruci observa que o mercado foi sustentado claramente pela perspectiva de ajustes negativos na safra nova 2024/25 do Centro-Sul do Brasil, que começa em abril de 2024. “Estes ajustes de baixa são reflexos das chuvas abaixo da média registradas nos canaviais do Centro-Sul do Brasil ao longo dos meses de dezembro de 2023 e janeiro de 2024, sendo este o período de ápice da entressafra de cana, momento em que ela mais necessita das chuvas”, comenta. Porém, Muruci observa que a perspectiva para as próximas semanas é de retorno gradual destas precipitações de modo a neutralizar brevemente este déficit hídrico sobre os canaviais.

Já o mercado físico brasileiro de açúcar teve uma semana de preços voláteis nas negociações envolvendo a saca de 50 kg de cristal com até 150 Icumsa. A cotação oscilou entre R$ 143 a R$ 145 a saca ao longo da semana, motivada por entradas pontuais e esporádicas de indústrias compradoras no curto prazo, destaca Muruci.

“Como o mercado se encontra no ápice da entressafra, os compradores evitam ao máximo novas entradas no mercado com receio de pagar preços sazonalmente mais elevados. Porém, na outra ponta, as usinas se mostram mais presentes nas vendas diante dos estoques de passagem elevados, reflexos de uma safra de cana volumosa na temporada anterior”, avalia o consultor. Ele diz que a continuidade da moagem em plena entressafra também ajuda a manter a disponibilidade de oferta elevada no curto prazo e os preços sem base para avanços muito acentuados, mesmo frente a eventuais ressurgimentos na demanda das indústrias.

De acordo com a UNICA, a moagem de cana-de-açúcar na primeira quinzena de janeiro na região Centro-Sul totalizou 1,11 milhão de toneladas. Nesse mesmo período, no ano anterior, a quantidade processada foi de 439,83 mil toneladas. No acumulado da safra 2023/2024, a moagem atingiu 645,38 milhões de toneladas, ante 542,83 milhões de toneladas registradas no mesmo período no ciclo 2022/2023 – um avanço de 18,89%.

Conforme o novo relatório de acompanhamento da safra da UNICA, o volume de cana moída na safra 2023/24 aumentou 18,89% no Centro-Sul, atingindo 645,376 milhões de toneladas entre 1o de abril de 2023 até 16 de janeiro de 2024, ante 542,832 milhões de toneladas no mesmo período de 2022/23.

A produção de açúcar aumentou 25,49%, totalizando 42,099 milhões de toneladas, contra 33,548 milhões. A produção de etanol total cresceu 14,79%, atingindo 31,792 bilhões de litros. Já a produção de anidro aumentou 8,54%, para 12,781 milhões de litros, enquanto a de hidratado aumentou 19,41%, para 19,010 bilhões de litros.
Fonte: Safras & Mercado
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