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Queimadas no Brasil: quais são as causas e como é o monitoramento
Publicado em 11/09/2024 às 09h18
Foto Notícia
Foto: Fernando Martinho
As queimadas e incêndios que atingiram boa parte do Brasil causam prejuízos à saúde, à economia e ao meio ambiente. Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), a fumaça já cobre 60% do território nacional, uma área de 5 milhões de quilômetros quadrados. Há, no entanto, diferenças entre o que é queimada e incêndio. Saiba o que pode causar o fogo e como é feito o monitoramento dos focos no país.

O que são queimadas?

A queimada é uma técnica primitiva, comum em áreas rurais, usada para limpar a vegetação de um terreno. A maioria é provocada pela ação humana, mas pode também ser causadas por raios ou algum outro evento da natureza.

Na atividade agrícola, em muitos casos, o uso do fogo é proibido, como, por exemplo, nas áreas de cana-de-açúcar no Estado de São Paulo. Ao longo das últimas décadas, a colheita dos canaviais foi sendo cada vez mais mecanizada, em substituição à queima da palha, que passou a servir como fonte de energia.

Há quem defenda, inclusive, dentro do governo federal, o fim do uso do fogo em toda a atividade agropecuária. Nesta terça-feira (10/9), o ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, disse que é preciso aumentar a mecanização para eliminar a queima controlada. Na visão do ministro, o uso do fogo não traz nenhuma vantagem.

Também nesta terça-feira, a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) suspendeu as autorizações de queimada para qualquer finalidade. As exceções são o uso do fogo para a criação de aceiros ou com autorização direta da Secretaria da Agricultura.

Qual a diferença entre queimada e incêndio?

O incêndio é o fogo descontrolado, que pode ser causado de forma criminosa, por negligência ou imprudência, ou até mesmo evoluir de uma queimada, caso encontre condições favoráveis à propagação. Além da ação humana, temperaturas elevadas e baixa umidade do ar são fatores que contribuem com a expansão das chamas. Por esta razão, em períodos em que o tempo fica mais quente ou ocorra uma onda de calor, o alerta é redobrado.

Nesta terça-feira (10/9), o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu alerta de onda de calor para várias regiões do país. A previsão é de temperaturas até 5 graus acima da média nos estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rondônia, São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e algumas regiões de Minas Gerais, com risco de incêndio.

Incêndios no Brasil

Desde o final de agosto, milhares de focos de incêndio se espalham pelo País. O Programa Queimadas do Inpe mostra que Mato Grosso tem o maior número: mais de 2 mil. No entanto, o Norte do Brasil, concentra o registro de focos, com ocorrências no Tocantins, Amazonas, Acre, Rondônia e Roraima. Dados apontam que, de 1º de janeiro a 1º de setembro de 2024, foram queimados 6,7 milhões de hectares na Amazônia (1,6% do bioma).

Nesta terça-feira (10/9), o ministro Flavio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a convocação de bombeiros militares para compor o efetivo da Força Nacional para combater incêndios. E que o Poder Executivo apresente, em um prazo de 90 dias, um plano nacional de enfrentamento a queimadas para 2025.

Na tentativa de dar uma resposta à situação, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a ministra do Meio-Ambiente, Marina Silva, cumpriram compromissos no Estado do Amazonas, onde visitaram regiões afetadas pela seca e se reuniram com prefeitos dos municípios atingidos.

Mais de 60 cidades tiveram situação de emergência decretada em razão da estiagem prolongada. Lula disse que muitas das queimadas vistas hoje no Brasil são propositais. “Muitas queimadas são propositais, feitas em propriedades privadas”, afirmou.

Em audiência pública na Comissão de Meio Ambiente (CMA) no início do mês, Marina Silva, afirmou que as mudanças climáticas, associadas às baixas precipitações, altas temperaturas e elevado processo de evapotranspiração, somados ao aquecimento global, às queimadas e desmatamentos podem provocar o “desaparecimento” do Pantanal.

De 1º de janeiro a 1º de setembro de 2024 foram queimados 1,6 milhão de hectares no Pantanal (11,05% do bioma), informa o Inpe. Marina Silva defende que o Congresso crie um marco regulatório de emergência climática.

Como é feito o monitoramento de queimadas no Brasil

São vários os órgãos que monitoram as queimadas no Brasil. Entre eles, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), por meio do Programa Queimadas, que se utiliza de imagens de satélite para identificar os locais atingidos. O objetivo é apoiar ações de gestão ambiental e controlar o desmatamento e o fogo.

O Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, por meio do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), realiza campanhas anuais contra queimadas, promovendo ações para combater incêndios e manuseio do fogo.

O Sistema de Informações Ambientais Integrado à Saúde (Sisam), analisa dados espaciais, integrando informações de concentrações de poluentes, monitoramento de focos de queimadas e dados meteorológicos.
Luciana Franco
Fonte: Globo Rural
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