União Nacional da Bioenergia

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Combustível do Futuro: Unica defende adoção precedente de 30% de etanol à gasolina antes de 35%
Publicado em 01/11/2024 às 07h57
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A União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica) propõe a adoção de um cronograma escalonado para a elevação do teor máximo permitido de etanol anidro na gasolina tipo C. A proposta da indústria é de adoção de uma mistura de 30% e escalonada à permissão de uma mistura de 35%. "Não queremos que o nosso produto cause nenhum dano ao consumidor, por isso, defendemos estudo da viabilidade técnica com cautela. Entendemos que o E30 é mais rápido de ser implementado já que os testes realizados no passado validaram uma mistura de 30%. Propomos um cronograma reduzido para adoção do E30 e um cronograma mais otimizado para E35 que garanta avaliação precisa", disse o diretor de Inteligência Setorial da Unica, Luciano Rodrigues, durante workshop sobre a regulamentação da lei do Combustível do Futuro realizado pelo Ministério de Minas e Energia na manhã desta quinta-feira.

A avaliação da indústria é que os testes realizados em 2014 pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) já atestaram a viabilidade para uma mistura de 30%, sendo necessários testes complementares para incluir uma margem de tolerância na mistura e avaliar a dispersão. "Começando com 30%, podemos ter impactos ambientais positivos na descarbonização da matriz em curto prazo para depois avançar a 35% dando toda segurança necessária aos consumidores", observou Rodrigues.

A lei do combustível do futuro, sancionada pelo governo no início deste mês, permite a elevação do teor máximo de etanol anidro na gasolina tipo C dos atuais 27% para 35% (E35) e do porcentual mínimo obrigatório de 22% para 27%. O aumento do teor de etanol na gasolina, previsto na lei 14.993/2024, é condicionado à regulamentação técnica da mistura, à aferição de viabilidade técnica e à definição da mistura pelo CNPE.

O entendimento do setor produtivo é que há segurança para adoção do E30 já na safra da cana-de-açúcar 2025/26, que começará em abril de 2025, a depender do tempo hábil para testes técnicos de desempenho complementares a serem verificados juntamente à indústria automotiva e demais consumidores e da definição do teor pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE). Em relação à oferta de matéria-prima para maior produção de etanol, há capacidade imediata, segundo Rodrigues, de atender tanto E30 quanto E35.

Hoje o consumo atual nacional é de aproximadamente 45 bilhões de litros de gasolina tipo C, 12 bilhões de litros de etanol anidro e 33 bilhões de litros de gasolina tipo A. Considerando o E30, o consumo de etanol anidro aumentaria em 1,4 bilhão de litros e em 2,3 bilhões de litros mais em E35. "Somente o crescimento da produção de etanol de milho do ano passado para o atual já compensa esse aumento", pontuou Rodrigues.

A capacidade instalada autorizada atualmente para as usinas é de 150 mil litros por dia, considerando produção de etanol de cana-de-açúcar, plantas de etanol de milho e usinas flex. "Operando com 80% dessa capacidade, seria possível atingir o volume previsto para E35 em menos de seis meses de safra, sendo mais do que suficiente para atender o incremento da mistura. Hoje não há nenhum tipo de restrição para incremento da produção de etanol anidro, que está em expansão com 60 projetos em andamento. Somente o que está em expansão gera um acréscimo anual de capacidade de 20%, além da expansão descentralizada", acrescentou o diretor da Unica.

De acordo com dados da Unica, a adoção do E30 evita a emissão de 3,1 milhões de toneladas de CO2 equivalente por ano a partir da gasolina C, enquanto o E35 evitaria a emissão de 8,4 milhões de toneladas de CO2 equivalente por ano. "Há um impacto considerável com custo baixo e com perspectiva de alíquota única de etanol a partir da reforma tributária. Olhando historicamente há potencial de redução de preço (com maior uso de etanol na gasolina)", pontuou Rodrigues. Com E30, o Brasil deixaria de importar US$ 730 milhões em gasolina por ano, passando para US$ 1,95 bilhão por ano que deixam de ser importadas com E35, conforme informações da Unica.
Por Isadora Duarte e Renan Monteiro
Fonte: Estadão Conteúdo
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