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Petrobras ajusta rota ao voltar ao mercado de etanol
Publicado em 25/11/2024 às 09h11
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A Petrobras ajustou a rota dos planos para a transição energética para os próximos cinco anos, ao dar prioridade a projetos nos quais a empresa já possui alguma infraestrutura ou sinergia em vez de iniciativas de geração de energia renovável. A mudança de rumo está no retorno da companhia para o mercado de etanol, do qual havia se retirado em 2017, conforme o novo plano estratégico 2025-2029.

Neste plano, a companhia reitera que o foco é a exploração de óleo e gás, mas ressalta que se prepara para a transição energética por meio dos investimentos em biocombustíveis em curso, no retorno à petroquímica e aos fertilizantes, e em processos com menores emissões de carbono.

Diferentemente do plano anterior, quando a estatal projetava investimentos de US$ 5,2 bilhões em eólicas terrestres e usinas solares fotovoltaicas, que totalizariam 5 gigawatts (GW) de capacidade instalada, o novo plano de negócios prevê aportes de US$ 4,3 bilhões e potência de 4,5 GW.

O movimento da Petrobras se dá num cenário em que as petroleiras europeias frearam aportes em energias renováveis ante o baixo retorno desses ativos, entre outros pontos, ao contrário das americanas, que sempre mantiveram os pés na exploração e produção.

A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, afirmou que a companhia está de acordo com as metas do Brasil para descarbonização e defendeu também a decisão de retorno ao etanol. “Não é verdade que não estamos em sintonia com as metas nacionais. Continuamos na eólica e na solar, olhando a atratividade dos projetos e a forma que a rentabilidade se apresenta para nós”, disse.

Conforme analistas ouvidos pelo Valor, a Petrobras teve dificuldades de encontrar rentabilidade com a transição energética pelas apostas em projetos de eólica e solar, iniciadas na gestão de Jean Paul Prates. Marcelo de Assis, consultor e sócio da MA2 Energy, destacou que faz sentido a aposta da empresa em biocombustíveis, evidenciado no retorno ao etanol, pois são atividades sobre as quais a petroleira possui infraestrutura, como tancagem e dutos, e conhecimento.

Para Ilan Arbetman, analista da Ativa Investimentos, ainda restam dúvidas sobre a atuação da estatal. “O investimento se justifica. Por mais que não atue mais, a companhia tem conhecimento e capilaridade no setor. Mas o mercado de etanol é específico e tem alto grau de sazonalidade. A Petrobras diz que busca parcerias e precisa ser alguém relevante, mas há dúvidas sobre com quem irá se juntar.”

Na visão de Marcus D'Elia, sócio da Leggio Consultoria, o retorno ao mercado de etanol contrabalançaria a decisão da empresa reduzir tentativas de avançar em energia eólica e solar. “O mapeamento de biocombustíveis é o desenho de transição energética a curto prazo. Até 2040, a aposta é nos biocombustíveis.”
Kariny Leal e Fábio Couto
Fonte: Globo Rural
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