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Usinas de cana devem continuar reduzindo alavancagem em 2025/26
Projeção do Itaú BBA é de que empresas sigam diminuindo o nível de endividamento e melhorando o desempenho operacional
Publicado em 31/10/2024 às 11h33
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As usinas sucroenergéticas do Centro-Sul devem continuar diminuindo seu nível de endividamento e melhorando seu desempenho operacional, o que deve diminuir a alavancagem do setor nesta safra (2024/25) e na próxima (2025/26), nas contas do Itaú BBA.

De acordo com avaliação do banco, de 53 grupos que representam cerca de 60% da moagem do Centro-Sul, a perspectiva é que o setor encerra a atual temporada com uma dívida de R$ 103 por tonelada de cana-de-açúcar moída e, na próxima, reduza esse patamar para R$ 86 por tonelada, “dependendo das condições climáticas e do nível de investimento do setor”.

Esses níveis, se confirmados, serão os menores em dez anos. Na safra 2013/14, o nível de endividamento médio ficou em R$ 104 por tonelada, e o pico da década foi de R$ 138 por tonelada na safra 2019/20.

A alavancagem (relação entre dívida líquida e lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, o Ebitda) deve encerrar a safra atual em 1,1 vez, podendo chegar a 1 vez no próximo ciclo, nas projeções do Itaú BBA. Esses níveis já estão bem distantes do registrado na safra 2014/15, quando o nível de alavancagem média do setor atingiu o pico da década, em 4 vezes.

Essa melhora que vem ocorrendo nos últimos anos, o que segundo o Itaú BBA reflete o avanço em políticas de gestão de risco e na ampliação da capacidade de produção, fez as empresas aproveitarem melhor o momento de alta nos preços de açúcar no mercado internacional.

Ainda de acordo com o banco, “nos últimos dois anos, houve um aumento expressivo no acesso ao mercado de capitais, e busca de linhas mais estruturadas e de longo prazo, o que contribuiu para aumento do prazo médio de dívidas”. “A melhoria na governança e na rentabilidade tem possibilitado maior disponibilidade de linhas de crédito de longo prazo, impulsionando a liquidez do setor”, acrescentou.

A gestão de risco das usinas sucroenergéticas tem potencializado os resultados financeiros. Segundo o banco, cerca de 40 grupos, dos 53 analisados, tiveram um caixa superior a 1,5 vez a dívida de curto prazo. Nesse índice de liquidez, as empresas passaram a ter custos financeiros menores e maior geração de Ebitda.

Muitas usinas também saíram do grupo que era classificado como de pior saúde financeira. Em um período de seis safras, apenas quatro usinas de 14 empresas permaneceram no grupo “D” (de uma faixa de A a D, sendo a de melhor desempenho financeiro e D, com pior desempenho).

Crédito

O perfil do endividamento também está menos concentrado nos bancos. A participação do mercado de capitais na dívida dos grupos sucroenergéticos passou de 13% em 2019/20 para 22% em 2023/24. Segundo o banco, isso reflete “a melhoria na qualidade da carteira de crédito em comparação com o período pré-pandemia”.

Ao mesmo tempo, o Itaú BBA aumentou sua participação na dívida total de sua carteira no setor de 14% em 2019/20 para 22% na última safra.

Com a melhora da situação financeira no setor, o banco espera que as empresas iniciem uma nova onda de investimentos, que por enquanto ainda estão concentrados na renovação de canaviais.

“A expectativa é que a robustez financeira acumulada nos últimos anos possa suportar uma nova onda de investimentos, como expansão de fábricas de açúcar, projetos de biogás, etanol de milho, expansão de área própria, fusões e aquisições, além de investimentos em eficiência e redução de emissões de carbono”, disse Pedro Fernandes, diretor de agronegócio do Itaú BBA, em nota.
Camila Souza Ramos
Fonte: Globo Rural
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