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Ricardo Mussa deixa Cosan depois de 17 anos no grupo de Rubens Ometto
Executivo, que foi CEO da Raízen e comandava a Cosan Investimentos, encerra ciclo com renúncia também ao cargo de conselheiro na holding e na joint venture com Shell
Publicado em 03/12/2024 às 08h23
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Ricardo Mussa, de 49 anos, renunciou aos cargos na Cosan e na Raízen, joint venture do grupo do bilionário Rubens Ometto com a Shell, segundo comunicado enviado pela companhia à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) na noite de sexta-feira, 30.

Desde o dia 14 de novembro, ele ocupava o cargo de CEO da Cosan Investimentos e também era conselheiro da holding e da Raízen.

Mussa acumulou 17 anos de atuação como executivo das empresas da Cosan, um dos maiores e mais relevantes grupos empresariais do país. Tinha trabalhado na Raízen por sete anos, sendo cinco deles como CEO.

Procurada pela Bloomberg Línea, a Cosan não forneceu informações adicionais ao conteúdo do comunicado, como o nome do substituto para o cargo de responsável pela Cosan Investimentos. Não houve manifestação do executivo em sua página no LinkedIn.

O CFO da Cosan, Rodrigo Araujo, substituirá Mussa como conselheiro na Raízen (até a próxima assembleia geral) e como membro do comitê de responsabilidade social e corporativa da companhia até 28 de julho de 2025.

No último dia 21 de outubro, o grupo de energias renováveis, com atuação também no setor de transporte, logística, derivados de combustíveis e mineração, havia anunciado que seu conselho tinha aprovado mudanças na liderança na holding e nas subsidiárias.

A principal alteração foi a saída de Nelson Gomes como CEO da Cosan, sendo substituído por Marcelo Martins, o CSO que havia liderado a estratégia de fusão e aquisição da Cosan nas últimas duas décadas.

Assinado pelo CFO da Cosan, o comunicado não cita o motivo da renúncia de Mussa. Apenas confirmou o recebimento da renúncia do executivo aos cargos de conselheiro. “A companhia agradece ao Ricardo Mussa pela dedicação e contribuição que prestou nos 17 anos que atuou como executivo das empresas do Grupo Cosan”, escreveu Araujo no comunicado enviado à CVM.

Mussa foi também vice-presidente-executivo responsável pela logística, trading e distribuição da Raízen, CEO da Cosan Lubrificantes e, posteriormente, CEO da Moove Lubrificantes.

Antes, ele desempenhou funções em multinacionais como Unilever e Danone, principalmente na área de supply chain, segundo o currículo divulgado.

Rotatividade de executivos

As recentes mudanças nos mais altos cargos do grupo, aprovadas pelo conselho de administração em outubro, chegaram a surpreender alguns analistas, como Bruno Amorim, João Frizo e Guilherme Costa Martins, do Goldman Sachs.

Eles escreveram em relatório no dia 22 de outubro que o anúncio foi uma “supresa”, dada a magnitude das mudanças em todo o grupo e o fato de que a alta liderança da Cosan havia mudado menos de um ano antes.

Por sua vez, os analistas do BTG Pactual, Thiago Duarte, Pedro Soares e Henrique Pérez, relacionaram a troca de funções ao senso de urgência do grupo para reduzir sua alavancagem em um cenário de juros elevados.

“Já faz algum tempo que esperávamos algo assim. A Cosan tem um longo histórico de rotatividade de altos executivos. Isso permite que diferentes conjuntos de habilidades fossem implantados em vários negócios, mostrando diferentes estágios de maturação e estados de necessidade”, escreveu a equipe do BTG.

Na Raízen, o cargo de CEO, que Mussa ocupou até o final de outubro, foi ocupado por Gomes, que comandava a holding desde o início do ano. Antes, Gomes tinha sido CEO da Compass. Já Rafael Bergman, que era o CFO da Rumo, assumiu a função de CFO da Raízen.

No lugar de Bergman, foi indicado Guilherme Machado, que está no grupo desde 2009 e vinha atuando como CFO na Compass desde o início do ano. As mudanças entraram em vigor no dia 14 de novembro.

As ações da Cosan acumulam uma desvalorização de 47,37% desde o início do ano. A companhia é avaliada na em R$ 19 bilhões na B3.

Na última sexta-feira, 29, a CVM e a B3 questionaram a Cosan sobre as últimas oscilações atípicas de suas ações na quinta-feira (-6,13%), na quarta (-2,36%), na terça (-2,05%). A Cosan respondeu que “não houve nenhum ato ou fato relevante” de seu conhecimento para justificar as variações.
 
Fonte: Bloomberg
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