União Nacional da Bioenergia

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Verão 2025: qual a previsão do tempo para a nova estação?
Próximos meses serão menos quentes e mais chuvosos que a última temporada
Publicado em 20/12/2024 às 08h06
Foto Notícia
O verão começa às 6h21 deste sábado, 21 de dezembro de 2024, e vai até 6h02 do dia 20 de março de 2025. A estação mais quente do ano pode ter menos episódios de ondas de calor, já que não terá a influência do El Niño, como teve na última temporada. Ainda assim, será uma estação com termômetros acima da média, seguindo uma tendência global de temperaturas cada vez mais altas.

O El Niño também foi responsável por atrasar as chuvas no verão 2024, e mesmo quando as precipitações começaram, se mantiveram irregulares. Para a nova estação, o excesso de umidade será o destaque, explica Desirée Brandt, meteorologista da Nottus. Mesmo que a chuva tenha atrasado ainda mais neste ano, desde outubro as precipitações têm sido frequentes e intensas, o que trouxe alívio aos produtores.

Diferente do ano passado, em certos momentos, a preocupação foi quando a chuva daria uma trégua, diante de tantos dias seguidos de precipitação. Em Goiás, a chuva chegou a provocar paralisações temporárias no plantio, afirmou a especialista.

Segundo Brandt, com a chegada do verão, o desafio para os produtores será lidar com o aumento da umidade e os riscos associados, como o surgimento de doenças e os problemas de logística para o escoamento da safra.

O verão deve ter ocorrência de invernadas, que são períodos de frentes frias que duram entre cinco e sete dias e causam chuvas persistentes e volumosas. “Esse quadro deve persistir entre dezembro e fevereiro de 2025”, diz a especialista.

As regiões Sudeste, Centro-Oeste e Norte do Brasil serão as mais afetadas pelas chuvas e são onde estão concentradas as culturas de grãos. A meteorologista explica que o ambiente úmido e de baixa luminosidade pode favorecer a proliferação de fungos e outras pragas. Isso pode exigir maior uso de defensivos agrícolas e elevação de custos ao produtor, complementa a meteorologista. Além disso, as áreas alagadas podem dificultar os trabalhos de campo, principalmente durante a colheita, o que impacta diretamente na qualidade dos grãos.

Com a expectativa de nebulosidade intensa, espera-se menos episódios de ondas de calor no Centro-Oeste e no Sudeste, diferente do último verão. Segundo a Climatempo, ainda assim, as regiões Sul e Norte devem experimentar períodos quentes com dias de calor acima da média.

Por outro lado, pode haver episódios de dias seguidos sem chuva e, no geral, precipitações abaixo da média no Sul, principalmente no Rio Grande do Sul. Essa condição está ligada à iminente chegada do La Niña no começo de 2025, mas que será fraco e curto, segundo Gilvan Sampaio, pesquisador e meteorologista do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Exceto sobre o Sul, “o fenômeno terá pouca ou nenhuma influência sobre o Brasil”.

Brandt avalia que, apesar dos desafios, o cenário agroclimático para o verão é animador. “Se o excesso de umidade for bem manejado, o Brasil poderá colher uma safra histórica”.

Veja o resumo do verão 2025 para cada região do Brasil

Sul

A previsão da Climatempo indica risco de ondas de calor principalmente no oeste dos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. Além disso, a capital Porto Alegre se destaca com altos picos de calor ao longo da estação. O leste de Santa Catarina e do Paraná devem permanecer com temperaturas próximas à média com calor moderado.

O mês de janeiro terá chuva irregular e mal distribuída diante da instalação do La Niña. Em fevereiro, as pancadas serão mais frequentes e podem chegar a ultrapassar a média histórica do mês.

Sudeste

Os Estados do Sudeste devem experimentar a alternância entre semanas de chuva intensa e temperaturas próximas ou até abaixo da média e semanas de calor e pancadas de chuva típicas da estação.

Todo a costa do Sudeste, incluindo o litoral São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo e o leste de Minas Gerais terão um verão menos quente do que o de 2024.

As frentes frias vão avançar com frequência pela costa do Sudeste e organizar corredores de umidade que dão boas condições para chuva e a possibilidade de formação de episódios de Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS).

Centro-Oeste

Será frequente a formação de corredores de umidade e a possibilidade de ocorrência de ZCAS. Os volumes de chuva serão acima da média em Goiás, Mato Grosso e leste de Mato Grosso do Sul.

Não devem ocorrer ondas de calor frequentes, mas terão eventuais picos de calor, principalmente no centro-sul e oeste de Mato Grosso do Sul, segundo a Climatempo.

Nordeste

A irregularidade da chuva continua no Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia) na primeira quinzena de janeiro, o que vai manter as temperaturas altas. O leste da Bahia, Sergipe, Alagoas e Pernambuco terão dias extremamente quentes. Para as chuvas, o destaque fica para a atuação de corredores de umidade que vão favorecer a ocorrência de pancadas acima da média em grande parte da região.

Norte

O tempo permanece abafado na maior parte da região, com temperaturas acima da média em praticamente todo o Norte. Segundo a Climatempo, apesar da previsão indicar menos chuva do que a média durante o verão, ela será volumosa e frequente, o que favorece a recuperação gradual dos rios na região. “Não deve ocorrer novo recorde histórico de vazão baixa nos rios da Amazônia”, completa o boletim.
 
Por Marcos Fantin — São Paulo
Fonte: Globo Rural
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