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Por que está chovendo tanto? Meteorologistas respondem
Mês de janeiro tem sido marcado por volumes acima das médias, com danos e até a ocorrência de mortes em algumas localidades do país
Publicado em 29/01/2025 às 16h25
Foto Notícia
Chuvas intensas atingiram diversas regiões no Brasil neste mês de janeiro, que chega ao fim nesta sexta-feira (31/1). Áreas nos Estados de São Paulo, Santa Catarina, Minas Gerais e Pernambuco receberam volumes acima das médias em algumas horas, com consequências como deslizamentos de terra e até mortes nos primeiros dias de 2025. Nas lavouras, a chuva em excesso prejudica, neste momento, o trabalho de colheita da safra de verão em estados como Mato Grosso.

Pancadas de chuva são comuns no verão, por causa da combinação entre as altas temperaturas e a umidade, mas, de acordo com o meteorologista Willians Bini, a frequência de episódios com precipitações intensas estão relacionadas com as mudanças climáticas.

“Se pensarmos só em dias de chuva e não em volume, está tudo dentro da normalidade para janeiro. O que tem acontecido são eventos mais extremos. E, quando tem essa condição, uma ou duas chuvas já representam uma anomalia. Podemos dizer que chuva volumosa é normal no verão, mas o que estamos percebendo são eventos extremos mais frequentes”.

O especialista destaca também que a extensão territorial do Brasil – são mais de 8,5 milhões de quilômetros quadrados – e sua diversidade geográfica e ambiental são outras explicações para essas chuvas intensas.

“Isso faz com que, de fato, um país de dimensões continentais tenha diversas situações ao mesmo tempo. E, mesmo no verão, estação com características marcantes, vemos que algumas regiões podem ser mais ou menos atingidas pelas pancadas de chuva”, destaca.

La Nina está influenciando?

Com início confirmado pela Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA na sigla inglês), principal órgão de monitoramento, em 9 de janeiro, o fenômeno climático La Niña tem pouca influência nas chuvas volumosas, afirma o meteorologista.

Com pouca ou nenhuma influência do fenômeno, segundo Bini, as chuvas intensas e prolongadas ao longo do mês podem ser associadas, em parte, à chamada Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS), que provoca nebulosidade e precipitações contínuas por dias seguidos.

“A Zona de Convergência sempre foi uma das responsáveis pelo grande volume de chuva, mas agora não está sendo mais necessária a ocorrência de ZCAS para termos eventos de chuva forte como esses que estão acontecendo”, finaliza.

A agrometeorologista Ludmila Camparotto, da Rural Clima, acrescenta que a ZCAS, quando está ativa, mantém os corredores de umidade sobre a faixa central do país. “O Oceano Atlântico também manda muito nas chuvas aqui para o Brasil. Em áreas com temperaturas do oceano mais elevadas, os corredores de umidade ficam próximos”, diz.

Onde choveu muito?

No dia 13 de janeiro, a chuva que atingiu cidades da Grande Recife, em Pernambuco, deixou diversas ruas alagadas. Conforme a Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac), o volume chegou a 118 milímetros em apenas 12h, superior ao esperado para todo o mês, que é entre 80 e 100 milímetros.

Três dias depois, em 16 de janeiro, a precipitação extrema provocou alagamentos, enxurradas e deslizamentos em cidades do Vale do Itajaí e da Grande Florianópolis, em Santa Catarina.

A Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural (Epagri) registrou volumes acima de 200 milímetros em diversas áreas, com destaque para Tijucas e Florianópolis, com mais de 350 milímetros, quase o dobro da média mensal.

E o que falar da chuva em São Paulo em 24 de janeiro? O volume de 125 milímetros foi o terceiro maior registrado em 64 anos, causando alagamentos em ruas e nas estações do metrô, queda do teto de um shopping, queda de árvores, problemas com a energia elétrica, etc.

Minas Gerais também registrou prejuízos em decorrência dos temporais. Além do decreto de situação de emergência ou calamidade por diversas prefeituras, o Estado do Sudeste registrou desalojados, desabrigados e mortes.
Daniela Walzburiech
Fonte: Globo Rural
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