União Nacional da Bioenergia

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Guerra comercial e avanço da colheita trazem volatilidade aos preços do biodiesel
Publicado em 11/02/2025 às 14h40
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O mercado de biodiesel e suas matérias-primas experimentou uma semana de volatilidade significativa, marcada principalmente por questões climáticas afetando a safra brasileira de soja e tensões comerciais internacionais, que impactaram os preços dos óleos vegetais.

A semana foi especialmente movimentada após o presidente Donald Trump implementar uma tarifa adicional de 10% sobre produtos chineses a partir de 4 de fevereiro, com a China respondendo com tarifas de 10 a 15% sobre aproximadamente US$ 10 bilhões em produtos americanos. Esta escalada na guerra comercial refletiu positivamente nos preços do óleo de soja, que registraram valorização significativa ao longo da semana. O contrato de março na CBOT subiu principalmente devido a expectativas de redução nas importações de óleo de canola do Canadá pelos Estados Unidos.

A colheita da soja no Brasil atingiu 15,1% da área total até 06 de fevereiro, abaixo dos 23,1% do mesmo período do ano anterior. O atraso na colheita, causado principalmente por chuvas intensas no Centro-Oeste, tem pressionado os prêmios da soja e causado preocupação quanto à disponibilidade imediata de matéria-prima para esmagamento. Em Mato Grosso, principal estado produtor, as chuvas frequentes têm resultado em colheitas com alta umidade, embora a qualidade dos grãos ainda se mantenha dentro da normalidade. No Paraná, cerca de um terço da área já foi colhida, com produtividades médias em Toledo atingindo 54 sacas por hectare, abaixo da expectativa inicial de 62 sacas.

Para os próximos dias, uma nova frente fria vinda da Argentina provocará chuvas sobre o Rio Grande do Sul e a tendência é de regularidade na frequência desses sistemas de umidade sobre o Sul da América do Sul pelos próximos 15 dias.  Com as chuvas mais concentradas sobre o Sul do Brasil, Paraguai e Argentina, as regiões Centro-Oeste e Sudeste deverão ter tempo seco e temperaturas mais altas, proporcionando condições mais favoráveis para o avanço da colheita da soja.

Na Indonésia, o governo prepara a transição para um teor de mistura de 40% de biodiesel no óleo diesel, com expectativa de implementação até o final de fevereiro. A medida deve aumentar a produção de biodiesel para 15,6 milhões de m³ em 2025, reduzindo as importações de diesel fóssil de 7,9 para 4,6 milhões de m³.

O contrato de março/25 de óleo de soja negociado na Bolsa de Chicago (CBOT) fechou em 45,98 cents/libra na sexta-feira, um aumento de 1,3% na semana, enquanto os prêmios do óleo de soja em Paranaguá fecharam a semana em 1,70 cents/libra. Dessa forma, o flat price do óleo de soja FOB Paranaguá registrou uma importante valorização de 5%, fechando a semana a US$ 1.051,16/ton.

Segundo levantamento da SCA Brasil, o mercado spot de biodiesel comercializou 8.995 m³ na semana contra 5.550 m³ da semana anterior, um aumento de 62%. Apesar desse aumento, as negociações foram concentradas no início da semana e em negociações pontuais com volumes maiores. O preço médio apurado foi de R$ 5.646/m³, com PIS/Cofins e sem ICMS, em linha com a semana passada.

Um novo relatório publicado pelo Instituto Combustível Legal (ICL) identificou possíveis fraudes na mistura de biodiesel em São Paulo e Paraná. Aproximadamente 220 mil m³ de diesel podem ter sido comercializados durante novembro e dezembro de 2024 com teor de biodiesel abaixo do exigido por lei, representando 14% do mercado paranaense e 4,3% do paulista. A situação é particularmente crítica devido à diferença de preços entre diesel mineral e biodiesel, que chegou a R$ 0,37 por litro em dezembro.

De acordo com a atualização mais recente nos preços semanais realizada pela Agência Nacional do Petróleo (ANP), o preço médio negociado entre usinas e distribuidores na última semana de janeiro (27/jan a 02/fev) ficou em R$ 6.084,91, alta de 1,0% em relação ao valor médio da semana anterior. Os preços subiram em todas as regiões brasileiras com destaque para o Centro-Oeste, subindo 2,2% e a região Sul ficando praticamente estável. Apesar desse aumento, o mercado acumula no ano uma redução de 3,9%.

Para a próxima semana, o mercado deverá acompanhar de perto desdobramentos das tensões comerciais internacionais provocadas pelo Governo Trump e seus impactos nos preços das matérias-primas, bem como a evolução da colheita brasileira de soja, que será fundamental para a disponibilidade e preços do complexo soja nos próximos meses.
Fonte: SCA Etanol do Brasil
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