União Nacional da Bioenergia

Este site utiliza cookies para garantir que você obtenha a melhor experiência. Ao continuar navegando
você concorda com nossa política de privacidade. Política de Privacidade

ANP alega já ter intensificado fiscalização do teor de biodiesel
Distribuidoras pressionam por suspensão temporária da mistura, enquanto ANP amplia fiscalização após identificar 4,7% de amostras irregulares de diesel B
Publicado em 12/02/2025 às 11h37
Foto Notícia
Amostra de combustível colhida durante força-tarefa integrada pela ANP, Procon e Inmetro, para fiscalização em postos
A Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) afirma nunca ter interrompido e, na verdade, intensificado a fiscalização em bases de distribuição de combustíveis e postos de abastecimento para identificar irregularidades no teor de biodiesel na mistura do diesel B. Hoje, o biodiesel tem de representar 14% da mistura, porcentual que, a partir de março, passará a 15%.

O posicionamento vem após o Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) revelar um movimento de grandes distribuidoras, que consideram pedir à agência uma suspensão temporária da obrigação de mistura até que a fiscalização se mostre eficaz.

Agentes do setor têm apontado uma escalada no número de fraudes relacionadas à mistura, o que atribuem a uma tentativa de empresas de escaparem do custo de compra do biocombustível, hoje mais de R$ 2 por litro acima do preço do equivalente fóssil. A ANP não se posicionou diretamente sobre o pedido de waiver do mandato do biodiesel cogitado pelas empresas.

Mas a agência listou uma série de medidas com caráter de fiscalização e monitoramento dos combustíveis. Em paralelo à verificação em campo, diz realizar análises de balanço volumétrico, com informações enviadas por meio do Sistema de Informações de Movimentação de Produtos (i-SIMP), além de trabalhar com secretarias de fazenda estaduais para detectar fraudes em notas fiscais.

Fiscalização e monitoramento da qualidade

Também é citado o Programa de Monitoramento da Qualidade dos Combustíveis (PMQC), que está em vigor. “Em janeiro, de 1.794 amostras de diesel coletadas pelo PMQC, 85 (4,7%) estavam não conformes com relação ao teor de biodiesel”, diz a ANP.

O Instituto Combustível Legal (ICL), organização apoiada pelas grandes distribuidoras do país (Vibra, Raízen e Ipiranga, além de Ale e Rede Sim) sustenta que o percentual de irregularidades pode ser maior. Entre novembro e dezembro, o instituto visitou 154 postos em São Paulo e Paraná, encontrando 42,2% de amostras irregulares de diesel, valor que norteia os questionamentos das empresas.

O PMQC chegou a ser suspenso durante os meses de novembro e dezembro de 2024, mas foi retomado em janeiro de 2025. Mas, embora a ANP admita que o programa é “um dos principais vetores de inteligência” usados no planejamento da fiscalização, a agência rechaça que o trabalho de campo tenha sido interrompido ou prejudicado, como acusam fontes do setor.

“Em nenhum momento o trabalho de fiscalização da ANP foi interrompido. As ações de fiscalização da ANP são realizadas por servidores, sendo contínuas em todo o país. A fiscalização utiliza o PMQC e outros dados do mercado de combustíveis para o planejamento de suas ações, identificando locais com indícios de irregularidades e concentrando neles as ações. Além disso, somente os fiscais da ANP emitem autos de infração quando são encontradas irregularidades em agentes econômicos”, escreve a agência.

Análises em tempo real

A ANP esclarece que a detecção do teor de biodiesel depende de análises realizadas em laboratórios, o que não é feito “em tempo real”. Mas afirma que vem buscando desenvolver metodologias e aplicar equipamentos que permitam a identificação do percentual de biodiesel adicionado ao óleo diesel ainda no campo.

Nesse sentido, destacou a doação de um equipamento com esta finalidade pelo Ministério Público do Estado do Sergipe (MPSE) e que entrou em uso neste mês.

Quando um servidor da ANP identifica produto “não-conforme”, como teor de biodiesel incorreto, o agente econômico é autuado e abre-se um processo administrativo e, em caso de condenação, o agente está sujeito às penalidades como multa de até R$ 5 milhões, suspensão e revogação da autorização.
Fonte: Estadão Conteúdo
Fique informado em tempo real! Clique AQUI e entre no canal do Telegram da Agência UDOP de Notícias.
Notícias de outros veículos são oferecidas como mera prestação de serviço
e não refletem necessariamente a visão da UDOP.
Mais Lidas