União Nacional da Bioenergia

Este site utiliza cookies para garantir que você obtenha a melhor experiência. Ao continuar navegando
você concorda com nossa política de privacidade. Política de Privacidade

Barreira contra etanol prejudica o Brasil?
Publicado em 17/02/2025 às 10h17
Foto Notícia
Imposição de tarifas de Trump ao Brasil se expande para o etanol, mas aplicação ainda vai demorar, retardando seus impactos. A exportação de etanol para os EUA, nosso segundo maior destino para o produto, representa 17,3% do total exportado pelo Brasil, mas está em queda desde 2020. Seu pico ocorreu em 2017, quando os EUA representavam 71,6% das exportações brasileiras.

O “Plano Justo e Recíproco” inclui o etanol brasileiro e estabelece uma política geral de reciprocidade, sem tarifas específicas para países determinados —que, segundo Trump, impõem dificuldades ao comércio com os EUA. As tarifas serão determinadas em estudo a ser realizado pelo Secretário de Comércio dos EUA e apresentado no dia 1º de abril.

Segundo o decreto, “A tarifa dos EUA sobre o etanol é de apenas 2,5%. No entanto, o Brasil cobra uma tarifa de 18% sobre as exportações de etanol dos EUA. Como resultado, em 2024, os EUA importaram mais de US$ 200 milhões em etanol do Brasil, enquanto exportaram apenas US$ 52 milhões em etanol para o Brasil”.

A exportação de etanol do Brasil para os EUA apresentou uma queda de 28% em 2024, US$ 181,8 milhões. O valor representou uma redução em relação aos US$ 252,6 milhões registrados em 2023. Ao longo dos anos, a trajetória da exportação de etanol para os EUA mostrou enfraquecimento, com um pico em 2012, quando o Brasil exportou US$ 1,5 bilhão. O etanol feito à base de milho nos EUA tem se tornado mais competitivo e vem substituindo as exportações brasileiras para lá.

Em 2024, a Coreia do Sul foi o principal destino para o etanol exportado pelo Brasil, com US$ 416,8 milhões, o que representa 39,6% do total exportado. O país substituiu os EUA como líder em importações. Os EUA ficaram em 2º lugar, com US$ 181,8 milhões (17,3% do total), seguido pela Holanda, com US$ 91,9 milhões (8,7%).

Na segunda-feira da semana passada, Trump anunciou uma tarifa não discriminatória de 25% sobre as importações de aço e alumínio, impactando o Brasil. A tarifa específica sobre o etanol brasileiro inaugura uma nova fase da política comercial de Trump, que será tratada de forma bilateral, país a país e produto a produto. Por enquanto, os impactos ainda são pequenos, mesmo se tratando de commodities importantes, como o aço e o etanol.
Ecio Costa - Professor Titular de pós-graduação em Economia na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).
Fonte: Diário de Pernambuco
Fique informado em tempo real! Clique AQUI e entre no canal do Telegram da Agência UDOP de Notícias.
Os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores, não representando,
necessariamente, a opinião e os valores defendidos pela UDOP.