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Verão chuvoso deve favorecer melhor produtividade da cana em 2025/26
Centro-Sul deverá compensar boa parte da quebra de safra da última temporada
Publicado em 17/02/2025 às 08h03
Foto Notícia
O clima deixou de ser o vilão da cultura da cana-de-açúcar desde novembro e está colaborando para um cenário um pouco mais positivo para a colheita da próxima safra (2025/26), que começa oficialmente em abril.

As chuvas que vêm caindo no Centro-Sul nos últimos quatro meses superaram a média história e colaboraram para repor o déficit hídrico visto no fim das operações de moagem desta safra.

Segundo Fabio Marin, professor de Engenharia de Biossistemas da Esalq/USP e coordenador do Sistema Tempocampo, em algumas regiões do oeste de São Paulo, apenas as chuvas já devem garantir uma recuperação de até 8% da produtividade na próxima temporada. O oeste paulista foi a região de cultivo de cana mais afetada pela estiagem que se prolongou no ano passado.

Se este índice de recuperação de produtividade se repetir em todo o Centro-Sul, a região compensará boa parte da quebra de safra desta temporada, já que o rendimento agrícola deste ciclo 2024/25 caiu 10,8% e ficou em 69,7 toneladas por hectare.

“Não é generalizado. Mas só pensando no efeito do clima, [a perspectiva de safra] seria de empate ou até de leve ganho ante a safra atual”, afirmou. O volume total de cana para a próxima safra, porém, ainda depende de outros fatores, como o clima nos próximos meses.

Neste mês, as ondas de calor previstas para os próximos dias podem reduzir o viés positivo para a próxima safra, acrescentou.

Outro fator que impactará significativamente no volume de cana da nova safra é a área dedicada ao replantio de cana que ficará sem colheita na próxima safra, e os investimentos em tratos culturais.

O efeito dos incêndios, por exemplo, será bem distinto de usina para usina, já que houve estratégias distintas sobre como lidar com as lavouras. Houve empresas que não esperaram avaliar uma rebrota e partiram logo para o replantio, e houve as que aguardaram o desenvolvimento dos canaviais.

Das cerca de 200 mil hectares de lavouras que foram atingidas pelos incêndios de abril e setembro do ano passado e que já haviam sido colhidas, “boa parte sequer rebrotou”, disse Marin.

Segundo Plínio Nastari, presidente da Datagro, apesar de as chuvas de janeiro terem vindo abaixo da média histórica, a retenção de umidade no solo tem sido perto de 100%, o que permite uma recuperação gradual dos canaviais.

No acompanhamento da consultoria, as usinas devem atrasar o início da moagem em uma a duas semanas para esperar o crescimento do canavial em um nível adequado para a colheita. Segundo ele, a produtividade do primeiro terço da safra está se recuperando. A do segundo terço deve ficar em linha com a do ciclo atual, enquanto a colheita que ocorrer no último terço da safra deve ser até melhor que nesta.
 
Por Camila Souza Ramos — São Paulo
Fonte: Globo Rural
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